segunda-feira, 5 de junho de 2017

Os Despossuídos

Fotos do Livro.


Autora: Ursula K. Le Guin.
Tradução: Danilo Lima de Aguiar.
Editora: Nova Fronteira.
Ano: 1978.

(Esse livro foi relançado pela Editora Aleph.)

"Ganhador do prêmio Nebula de melhor romance em 1974, além do Hugo e do Locus em 1975, Os Despossuídos lida com temas fundamentais a sua época, como o capitalismo, o comunismo russo e o anarquismo, além dos conceitos de individual e coletivo. O romance se passa em dois planetas-gêmeos, Uras e Anarres, com sistemas políticos opostos e prestes a entrar em guerra, numa alusão à Guerra Fria."
   Resumo do Livro em sites de vendas.



O que achei do Livro: 

   Primeiramente tenho que dizer que foi difícil o começo desse livro, gente. A minha introdução nesses mundos criados pela Ursula foi bem complicada, mas com tempo e dedicação consegui ir ultrapassando as barreiras e depois de umas 50 páginas, consegui entender e embarcar nesse universo novo. Não foi tão difícil quanto adentrar "Duna", mas foi sofrido. O que eu mais gosto nos textos da Ursula é essa imersão dela quando escreve. Tem cada questionamento dos personagens! Dá vontade de parar a leitura só para aplaudir. Não vou precisar dizer que a escritora baseou-se nos nossos dilemas, não é mesmo? 



   A história começa com um muro e ele não está ali atoa. Há muitos muros durante essa história, e eles não existem necessariamente no plano físico. Pode estar dentro de cada sociedade que vemos pelo mundo afora. Mas no caso do livro, temos dois planetas gêmeos: Urrás e Anarres, sendo que cada planeta considera o outro como se fosse a sua "Lua". Urrás está sempre em conflito ente suas potências, mas é um planeta rico, há flora e fauna. Em um dos maiores conflitos que esse Planeta viveu, ocorreu uma Revolução, no caso eles a chamaram de Odonista, baseando-se no nome de sua líder. Esses odonistas queriam a Anarquia, não toleravam sofrer nas mãos dos proprietários, sendo uns tão ricos e outros tão pobres. Para acabar com esse movimento todo, foi feito um acordo entre o governo e esses rebeldes, Urrás lhes daria sua Lua. E foi assim que houve uma colonização do outro Planeta, ficando conhecido como Anarres. Esses povos foram separados, os odonistas partiram para um futuro novo, sem nada, apenas com o próprio novo. Lá eles iriam criar um novo modo de vida. Um que fosse compatível com seus ideais. Destacando que mesmo com essa separação e um povo não poder imigrar para o planeta do outro, como se fosse uma rixa eterna, Urrás e Anarres tem um "Acordo de Trocas". Mas isso vai ficar mais fácil de entender quando vocês lerem esse livro.

   Urrás parece muito como o jeito que a Terra está organizada, temos as potências brigando por mais poder e comércio, temos os pobres, os ricos e os vários tipos de governo num Planeta só. Já Anarres, a sociedade anarquista, seguiu uma forma de "governar" bem diferente, nessa sociedade não há individualidade, tudo é feito em pró do conjunto. Não há aquela relação típica de "marido e mulher e filhos", nessa sociedade eles tem um "par", ou parceiros sexuais, quando ambos querem isso. Quando se é um par, vive-se com a pessoa escolhida, gerando as crianças. Mas a maioria das crianças depois de uma certa idade mora em dormitórios próprio para elas. Elas podem morar com os pais? Pode, mas não é aconselhável, ela precisa aprender a viver em conjunto. Todos os termos possessivos foram banidos, nada é seu, tudo é compartilhado. Você pode ter algo se o ganhar de presente, mas não há dinheiro circulando, há muitas trocas. É um computador que escolhe os nomes dos que nascem, cada um pode escolher com o que quer trabalhar, mas no período de seca há bastante coisa estranha acontecendo nesses centros, preste atenção. Não existe animais em Anarres, existe peixes, acho que bactérias e um tipo específico de vegetação. É uma sociedade perfeita? Não acredito que exista uma em lugar algum. 

   Nesse livro acompanhamos a história de Shevek, um físico, entre outras funções que ele exerce quando quer e precisa, e sua teoria da Simultaneidade. Ele é de Anarres, mas está de partida para Urrás, um fato histórico. E isso porque ele quer trabalhar nessa teoria que ele tem com outros doutores, e para provar seu ponto de vista. Além de querer estreitar os laços entre os dois planetas gêmeos. Ou seja, além de encarar um mundo completamente diferente do seu, bem capitalista, com outros ideais, onde não há mulher na ciência, coisa que é impossível no seu Planeta, Shevek terá de observar os dois tipos de mundos e encarar se existe ou não um tipo de governo ideal. 

   Amei esse livro, apesar do "A Mão Esquerda da Escuridão" ainda ser o meu favorito. É um livro denso, que traz vários questionamentos e uma história emocionante. Recomendo.

   P.S.: Para explicar essa teoria de Shevek, a autora escreveu o livro de forma diferente. Urrás é o presente de Shevek e Anarres é seu passado. Mas ambos acontecem ao mesmo tempo. Entendeu? Não? A autora vai te explicar melhor do que eu com certeza. 
   Uma coisa legal nesse livro que eu li, é que eu o peguei emprestado na Biblioteca, então o antigo dono desse livro realmente estudou a história. Tem vários cometários escritos no livro. Vou deixar uma foto com o último comentário dele sobre a história pra vocês.





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