quinta-feira, 30 de maio de 2013

Nada além de amor...



Autora: Ana Paula Damasceno

   Ele vivia por ela. Observava cada passo, cada gesto simples. Ele vivia através dos olhos escuros dela. O que seria o amor? Ele decerto sabia bem o significado dessa pequena e problemática palavra. Mas...por que o amor sempre trouxera consigo a dor da incerteza? Ele não fazia ideia  E isso piorava o estado em que estava seu pobre coração. Mas admitir que estava derrotado, pelo simples fato de amá-la, era inquestionável. Era somente sua. Seu secreto amor. Tudo o que ele queria ter. Ela era ele próprio. Sem sua presença, não existia mais um mundo para se viver. Ela era seu mundo. Todo ele.
   Como encará-la, se ele tinha medo de deixar escapar seu segredo de amor, através de seus olhos claros? Amar e Sofrer? Como dizer a verdade sem parecer um bobo pra ela? Seu cheiro impregnava todo o ar a sua volta. E o jeito como ela virava para vê-lo chegar, fazia seu coração querer explodir. Como uma simples chama, que ama tudo o que provoque fogo.
   Como sentir o suave contado dos braços dela a envolvê-lo? Se nem ao menos conseguia conversar futilidades. Como amá-la, sem parecer um louco? Tudo o que ele tinha para lhe oferecer era amor. Apenas amor.


Foto: Cena do filme: O Morro dos Ventos Uivantes.

Lady Godiva



Extraído do site: Wikipédia.
Foto: Lady Godiva de John Collier, ca 1897

Godiva (cerca de 990? – 1067) foi uma aristocrata anglo-saxónica, esposa de Leofric (968–1057), Duque da Mércia, que de acordo com a lenda cavalgou nua pelas ruas de Coventry, Inglaterra.

Figura histórica

Godiva foi esposa de Leofric; seu nome deriva do anglo-saxónico Também figura nas Crônicas de Ely, que descrevem Godiva como uma viúva, na ocasião do seu casamento com Leofric.
Em 1043, Leofric fundou a Ordem de São Bento em Coventry.
Sua marca, "di Ego Godiva Comitissa diu istud desideravi", aparece na carta de Thorold de Bucknall ao mosteiro beneditino de Spalding. Alguns genealogistas argumentam que Thorold, que aparece no Livro de Domesday como xerife de Lincolnshire, fora provavelmente seu irmão.
Após a morte de Leofric, em 1057, Godiva sobreviveu até ser registrada no Livro de Domesday de Guilherme, o Conquistador, e assim, ser a única mulher a ter um registro como dona de terras após a conquista. Em 1086, quando o registro de Domesday foi feito, Godiva já havia morrido, mas seu nome continuou lá. Algumas fontes mantém que ela morreu em 10 de Setembro de 1067, um ano após a invasão da Inglaterra por Guilherme.
Existem controvérsias acerca do local onde seu corpo foi enterrado. De acordo com uma fonte, ela foi provavelmente enterrada em Evesham. Porém, a escritora Octavia Randolph assegura que Godiva foi enterrada ao lado de seu marido, em Coventry.

A Lenda

Diz a lenda que a bela Lady Godiva teve pena do povo de Coventry, que sofria com os altos impostos do marido. Lady Godiva apelou a ele tanto que ele concedeu com uma condição: que ela cavalgasse nua pelas ruas de Coventry. Ela aceitou a proposta e mandou todos os moradores se fecharem em suas casas até que ela passasse. Diz a lenda que somente uma pessoa (Peeping Tom) ousou olhá-la, e ficou cego por consequência. Ao final da história, Leofric retira os impostos mais altos assim mantendo sua palavra.
Uma teoria diz que a nudez de Godiva seria a falta de adereços e jóias preciosas, marcas da nobreza a qual ela pertencia.

De qualquer forma, não há traços da história em fontes contemporâneas à Godiva. Isso aliado a peculiaridades de Coventry faz com que a história titubeie um pouco quanto aos requisitos de veracidade histórica.

Recomendação de Contos de Horror:

Foto: Filme: A Noiva de Frankenstein"


A Casa Assombrada - Virgínia Woolf
O Homem que adorava flores - Stephen King
O Coração Delator - Edgar Allan Poe
O Diabo no Campanário - Edgar Allan Poe
Sei o que você precisa -  Stephen King

O gato preto - Edgar Allan Poe

Vincent Price

Foto: Filme


Extraído do site de pesquisa: Wikipédia.

    Vincent Leonard Price Jr. (St. Louis, 27 de maio de 1911 — Los Angeles, 25 de outubro de 1993) foi um ator norte-americano.
   Nascido no Missouri, Price veio de uma família rica, cercada por um ambiente cultural acima dos padrões e envolta em tradições antigas à moda européia.
Começou no teatro, depois no cinema onde ficou conhecido por contracenar em filmes de suspense e terror. A sua trajetória é longa e inclui clássicos como: "Meu Reino por um Amor" (1939), "A Canção de Bernadette" (1943), "Laura" (1944), "As Chaves do Reino" (1944), "Amar foi Minha Ruína" (1945), "O Solar de Dragonwyck" (1946), "Choque" (1946), "Noite Eterna" (1947), "Os Três Mosqueteiros" (1948), "Bagdad" (1959), "Champagne for Caesar" (1950), "Seu Tipo de Mulher" (1951), "Museu de Cera" (1953), "Os Dez Mandamentos" (1956), "No Silêncio de uma Cidade" (1956) dirigido por Fritz Lang, "A História da Humanidade" (1957), "A Mosca da Cabeça Branca" (1958), "O Monstro de Mil Olhos" (1959), "Força Diabólica" (1959), "A Mansão do Morcego" (1959), "A Casa dos Maus Espíritos" (1959), "Nefertiti, a Rainha do Nilo" (1961), "Robur, o Conquistador do Mundo" (1961), "A Torre de Londres" (1962), "No Domínio do Terror" (também chamado de Contos de Terror) (1963), "O Castelo do Terror" (também chamado de O Castelo Assombrado) (1963)", "Diário de um Louco" (1963), "Mortos que Matam" (também chamado de The Last Man on Earth) (1964), "Farça Trágica" (também conhecido como The Comedy of Terrors) (1964), "Monstros da Cidade Submarina" (1965), "O Caçador de Bruxas" (1968), "O Ataúde do Morto-Vivo" (1969), além do criativo ciclo de adaptações de obras de Edgar Allan Poe dirigidas por Roger Corman na década de 1960, como "O Solar Maldito" (aka A Queda da Casa de Usher) (1960), "Mansão do Terror" (1961), (1961), "Muralhas do Pavor" (1962), "O Corvo" (1963), "O Castelo Assombrado" (1963), "A Máscara da Morte Vermelha" (aka A Máscara Mortal) (1964), "O Túmulo Sinistro" (também chamado de A Tumba de Ligeia) (1964), entre outros que preencheram essa fase que talvez tenha sido a mais fecunda do ator.
    Nos anos 70, porém, surgiram mais algumas obras que tornaram sua filmografia ainda mais rica, como "O Uivo da Bruxa" (1970), "Grite, Grite Outra Vez!" (1970), "O Abominável Dr. Phibes" (1971), "A Câmara de Horrores do Abominável Dr. Phibes" (1972), "As Sete Máscaras da Morte" (também conhecido como Teatro da Morte) (1973), "A Casa do Terror" (1974), entre muitos outros (neste último, ao lado do "cavalheiro do terror" Peter Cushing), Price faz deliciosas e divertidas brincadeiras com a própria carreira, numa autoparódia clássica. Em 1975, participou do disco Welcome To My Nightmare, do cantor Alice Cooper, que sempre foi fã declarado do lendário ator. Vincent Price gravou uma narração para a faixa The Black Widow. Participou do especial de TV de Alice Cooper, que foi inspirado nas letras do disco.
   Na década de 1980 destacou-se na "Mansão da Meia-Noite" (também chamado de A Casa das Sombras) (1983), que reúne, num só fôlego, Peter Cushing, John Carradine, Christopher Lee e Vincent Price. Este filme, repleto de clichês e situações previsíveis, na verdade foi uma espécie de homenagem a esses atores que são a própria história do género horror no cinema, e foi o único que os uniu numa mesma produção.
    Nos anos 80, ficou conhecido do grande público por conta de uma participação muito especial no mundo da música: Uma delas, ao fechar com brilhantismo um dos grandes clássicos do sempre    "Rei do Pop" Michael Jackson, "Thriller".
   Participou também como narrador de vários filmes, seriados e curtas, como The Devil's Triangle (documentário) (1974), Faerie Tale Theatre (1982), Vincent (1982), Os Treze Fantasmas do Scooby-Doo (1985) e Tiny Toon Adventures (1991).
    No curta mencionada Vincent, realizada por Tim Burton, Vincent Price é o narrador da história de seis minutos, sobre um rapaz chamado Vincent que quer ser como Vincent Price. Como se pode constatar, esta curta em stop motion é uma evidente homenagem ao consagrado actor. Já na série em desenho Os 13 Fantasmas de Scooby-Doo, o seu personagem, Vincent Van Ghoul, uma paródia do próprio Vincent Price, aparece em todos os episódios da série ajudando Scooby-Doo e toda a turma a recapturar 13 monstros lendários.
Em 1984 participou em dois episódios da série O Teatro dos Contos de Fada de Shelley Duvall: "Branca de Neve e os Sete Anões", como narrador e ator, interpretando o espelho mágico; e "O Menino que Saiu de Casa para Saber o que era o Medo", como narrador.
   Em 1986 fez a voz do vilão Professor Ratagão, no filme de animação de longa-metragem O Ratinho Detetive, da Disney. O ator também interpreta algumas das canções do filme, compostas por ele próprio.
   Outro grande papel em sua carreira foi: o do vilão Cabeça de Ovo/Egghead; no seriado sessentista do Batman.
   Seu último filme foi Edward Mãos de Tesoura (1990), no qual contracenou com Johnny Depp.
   Três anos depois, já com 82 anos, veio à falecer de cancro (câncer) no pulmão.
   Ainda em vida, o ator foi laureado com o prêmio especial dedicado ao conjunto de sua obra e a sua contribuição ao cinema de Terror e Fantasia em dois dos mais importantes festivais do gênero: o Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films, em 1986; e o Fantasporto, em 1984.
O ator possui duas estrelas na Calçada da Fama, em Hollywood; uma dedicada aos seus trabalhos na TV (At 6501 Hollywood Blvd.), e a outra aos seus trabalhos no cinema (At 6201 Hollywood Blvd.).

   O lendário trio de blues rock norte-americano ZZ Top escreveu uma canção sobre Vincent Price no álbum "Rhythmeen": Vincent Price Blues. A banda de horror punk norte-americana Misfits escreveu uma canção sobre o ator e um de seus filmes no álbum "Static Age": Return of the Fly. Outra banda de horror punk norte-americana, o Wednesday 13, homenageou o ator com uma canção no álbum "Transylvania 90210": The Ghost of Vincent Price. Os filmes "The Abominable Dr. Phibes" (1971) e "House of Wax" (1953) de Vincent Price inspiraram o nome da banda de rock psicodélico inglesa Dr Phibes and the house of wax equations.

Uma Luz nas Trevas - Lori Handeland

Foto: Capa do Livro


Série: Bianca Romances Místicos, número: 932

   Como podemos errar tanto? Por que sempre fazemos as escolhas erradas? Tecnicamente, acho que o amor só veio para nos atormentar.
    Este romance é terrivelmente apocalíptica  Sério! É sobre uma batalha entre o bem e o mal; envolvendo vampiros, demônios, transmutantes...e até mesmo fadas! E para completar a desgraça maior há um triângulo amoroso.
    Meu único comentário pessoal é que Sawyer não deveria ter morrido! Às vezes, na maioria delas, amamos as pessoas, só não sabemos demonstrar. Acho eu, que só devemos dizer "Eu te amo" quando realmente houver sentimento. Acredito que Sawyer amava Elizabeth...do jeito transmutante dele de ser...

Dica de Filme:

Foto: Capa do DVD

Stanley Kubrick



Extraído do site de pesquisa: Wikipédia.

Primeiros trabalhos


   Estreou como cineasta de curta-metragens aos 22 anos. Aos 25, obteve uma grande ajuda financeira do pai, que penhorou a casa para a produção de Fear and Desire, de 1953, seu primeiro longa-metragem. Considerou o trabalho amador e, mesmo com algumas boas críticas, logo tratou de retirá-lo de circulação. Até hoje o filme permanece fora de catálogo, tendo sido exibido poucas vezes em festivais ou distribuído ilegalmente. Logo após Kubrick realizaria outro longa, Killer's Kiss (br: A Morte Passou Por Perto), de 1955, outro filme pouco divulgado e de difícil acesso. Mas é a partir de The Killing (br: O Grande Golpe), de 1956, que sua carreira começa a funcionar. A trama sobre um plano de assalto ganhou a atenção de alguns produtores. Apesar disso, teve dificuldades com a adaptação da novela Paths of Glory. O filme homônimo foi estrelado pelo astro Kirk Douglas, que ajudou a levantar o projeto após ele ter sido rejeitado pelos estúdios. Kubrick fez um dos filmes antiguerra mais poderosos que o mundo do cinema já viu. Focado não em heróis, mas sim em covardes.

Frase da Noite:

Foto: Divulgação.


"A noite, nossos pensamentos têm um modo desagradável de escaparem das coleiras e correrem livres."


Saco de Ossos, Stephen King

Carnaval de Veneza


Foto: Anatomy of a Skeleton Blog

   O Carnaval de Veneza surge a partir da tradição do século XVII, onde a nobreza se disfarçava para sair e misturar-se com o povo. Desde então as máscaras são o elemento mais importante deste carnaval. Há no entanto registos de folguedos carnavalescos de 1268.
   A festa carnavalesca de Veneza tem duração de 10 dias. Durante as noites realizam-se bailes em salões e as companhias conhecidas como compagnie della calza realizam desfiles pela cidade. Entre as mais conhecidas estão Os Antigos e Os Ardentes.
   Os trajes que se usam são característicos do século XVIII, e são comuns as maschera nobile, ou seja, máscaras nobre, caretas brancas com roupa de seda negra e chapéu de três pontas. Desde 1979 foram sendo somadas outras cores aos trajes, embora as máscaras continuem a ser brancas, prateadas e douradas.
   Em 1797 Veneza passou a fazer parte do Reino Lombardo-Véneto, quando Napoleão Bonaparte assinou o tratado de Campo Formio. No que respeita ao Carnaval, os festejos foram proibidos. No ano seguinte os austríacos tomaram conta da cidade.
   Os festejos só foram restabelecidos em 1979 de forma oficial, após quase dois séculos de ausência. Desde então a festa faz-se nos dias antes da Quaresma.
   No Brasil o Carnaval de Veneza mais famoso é durante a Festa da Gastronomia em Nova Veneza, Santa Catarina.

The Mission - Beyond the Pale



"Cold still waters running deep
Pale before the eyes
Ravaged
By the hands that feed
Thunder clouds the skies
Drifting with the tid
Floating with the stream
The howling winds have gathered strength
From a wisper to a scream
Sell me down the river
And out to sea
Cast me adrift and set me to sail
Just on last kiss before raising hell
Beyond the pale

Beyond the pale"

A-ha



Extraído do site de pesquisa: Wikipédia.

   A-ha foi uma banda norueguesa de synthpop formada pelo vocalista Morten Harket, o guitarrista Paul Waaktaar-Savoy e o tecladista Magne Furuholmen.

Após formarem o grupo em 1982, saíram da Noruega rumo a Londres com o objetivo de fazer uma carreira no mundo da música. A origem do nome a-ha surgiu após Mags ter lido este termo num caderno de anotações de músicas e outras composições de Paul. O "a-ha" vem da exclamação "aha!!", no sentido de surpresa ou algo novo; Mags sugeriu este nome para a banda, e Paul gostou da ideia, a medida que eles queriam um nome de fácil memorização e que mais se aproximasse do som da língua norueguesa. Depois de pesquisarem dicionários em várias línguas, o grupo descobriu que 'a-ha' era uma forma internacional de expressar reconhecimento, com conotações positivas. Era uma palavra fácil e pouco utilizada.Todas as músicas da banda são em inglês

Nas ruas vazias do amor


Foto: Série True Blood


Autora: Ana Paula Damasceno de Aguiar

   Eu não conseguia controlar os meus instintos traiçoeiros. A raiva sempre me engolia, levando minha alma pura para recantos inabitáveis e escuros. Deixando-me só com a dor de uma ferida reaberta, já muito conhecida por mim. Deixando-me só com as marcas das minhas lágrimas que secaram com o frio do vento. Eu estava sozinha de novo, nos mesmos becos imundos por onde já havia passado.
    A lua me olhava friamente através de um céu escuro. O sorriso que apareceu na minha face era tão débil quanto meus pensamentos. Eu havia errado na escolha e errado nas palavras e a única pessoa que me restara eu mandara embora. Eu não consegui pedi pra que ficasse eu só queria, como sempre, aliás, ficar a sós comigo mesma. A solidão nunca foi bem-vinda na minha vida, mas eu já havia me acostumado com as suas aparições.

   Enquanto ele me dizia adeus... e enquanto seus olhos me pediam para eu me retificar, eu sorria cansandamente, virando-me para ir embora. Para me perder entre essas ruas vazias... ruas essas que formavam belos e traiçoeiros labirintos e que rumavam para o meu verdadeiro coração. Um coração cansado e triste por não ser capaz de amar sem sentir-se traído.  

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Lamúrias




Foto: Quadro - Sylvia Ji


Autora: Ana Paula Damasceno de Aguiar

   Não tente me convencer! Não tente jogar o seu pecado em mim! Não tente me dizer o que fazer!
   Nunca fui "um dos melhores". Nunca fui o melhor exemplo. Nunca disse que algum dia amaria novamente.
   Mas você não percebe, pequena criatura? Eu sou egocêntrico demais para me render. Eu sou a presa mais difícil de se obter. Nunca tente obter nada de mim.
   Lamúrias são feitas para os "bons". Os "maus" procuram sempre uma segunda ou terceira opção de pecado. Eu sei onde devo ficar. Eu sei bem o que devo ou não fazer.
   Apague a chama da vela e deixe que meus pensamentos corram soltos na escuridão da minha mente; porque finalmente estou em casa.

sábado, 18 de maio de 2013

Garota dos olhos verdes


Foto:  caveiras mexicanas Sylvia Ji


Autora: Ana Paula Damasceno de Aguiar

   Ela escutava os pequenos sons do vento, como se ele estivesse brincando de escovar-lhe o cabelo. Um sorriso faceiro insistia em brincar em seus lábios. Seus olhos eram de um verde profundo, que de tão bonito parecia absorver as cores e a vida de todos ao seu redor.  Mas se perguntasse se ela realmente via alguém... eu arriscaria um sonoro “não”, pois sua mente flutuava pelas areias do universo; ela era feliz em qualquer lugar. E se não fosse feliz, ela imaginava que era, e seu sorriso se ampliava.
   Nos caminhos tortuosos da mente dela, ela era dona de uma personalidade forte e marcante. Havia nela algo que a tornava diferente de qualquer outra pessoa. Vários a amavam, poucos a teriam. Às vezes tudo que ela podia lhes dar era um olhar desconfiado, que parecia aos olhos alheios sensual demais. Um jeito perdido de menina, num corpo de mulher. Ela queria amor? Paixão? Liberdade? Nem ela sabia ao certo o que queria. Sabia que nada poderia detê-la, enquanto nos seus olhos brilhasse a sombra de um futuro encantado. Enquanto não achasse o que procurava há anos, mesmo sem saber ao certo o que seria. 

domingo, 5 de maio de 2013

Dia ruim


Foto: Clipe "Bad Day" - Daniel Powter


Autora: Ana Paula Damasceno de Aguiar

   O dia era igualzinho a qualquer outro que ela já vivera. O sol tinha o mesmo calor escaldante, as pessoas continuavam presas nos seus probleminhas enquanto iam para o trabalho. Mais duas pessoas esbarraram nela quando entraram no ônibus. Apesar de já estar acostumada com isso, percebeu que não havia humor em seus olhos. Hoje nenhum sorriso real iluminaria sua face.
   O seu mp3 estava no fundo da bolsa, junto com o seu novo livro sobre romances místicos. Ela adorava romances de banca, mas escondia isso como se fosse um segredo muito grave. Poderia ouvir música ou ler para melhorar seu humor, mas suas mãos não se moveram para pegar algum dos dois objetos. Sua mente nem estava ali. Ela estava revivendo mentalmente um dia feliz no passado não tão distante. Um dia em que ele estava perto demais. E que seu sorriso grande e sensual era todo pra ela. Um suspiro de infelicidade escapou de seus lábios.
   Não era pra ser. Não dela. Sua mão segurou forte na alça da bolsa, e ela se forçou a olhar pelo vidro embaçado do ônibus. Não adiantava lembrar-se de coisas que não voltaria. Era ser masoquista demais! Cada lembrança era uma tortura. Era apenas um dia ruim. E passaria quando o trabalho daquele dia consumisse cada pensamento dela. A tristeza iria embora, e só restaria o cansaço.