segunda-feira, 29 de agosto de 2016

5 Clichês Literários que eu odeio

Foto: Cena do Seriado: Penny Dreadful.
   

   Aproveitando minha onda de mau-humor da semana decidi listar uma série de enredos que eu não aguento mais ler em ficção. Aquele tipo de "clichê" que quando você bate o olho já suspira de aborrecimento e mentalmente vai narrando a cena toda sem nem precisar consultar o livro. Então, amores de minha vida, a não ser que seja absolutamente necessário ou sua forma de contar uma história seja fantástica, parem com isso. 
   Bora conferir?

5º O cara durão e arrogante que no final é um "amorzinho" e só quer ser compreendido.

   Já suspirei de aborrecimento. Gente, eu estou completamente cansada desse tema, se eu comprar um livro e perceber que é sobre isso que vai tratar o assunto principal da trama já desisto e passo pra frente. Eu não aguento mais ler sobre caras fortes e arrogantes e ultra-ricos e terrivelmente sexy que se apaixonam por uma garota pobre e sem auto-estima e que vai deixá-lo "massacrá-la", porque no fundo, bem fundo, tipo no volume três ele ressurgirá como um homem bom, livre de qualquer trauma do passado, terrivelmente apaixonado e pronto pra casar. 
   E acreditem que esses caras podem ser desde os mais "normais" até um ser sobrenatural possessivo.


4º A garota bonita que se acha feia e que apaixona-se pelo garoto mais bonito da escola. 

   Eu não sei se choro com isso ou se dou risada. Francamente. Na maioria dos casos essa garota é linda, com cabelos encaracolados e maravilhosos, mesmo ela não usando nenhum produto de marca cara, com lindos olhos claros e um corpo sedutor. Mas pra si ela é horrorosa e sem graça e acaba se apaixonando pelo garoto atlético da escola. Isso mesmo que você pensou: o mais popular. - Quer desgraça maior? - E quando ele corresponde e ela fica surpresa e insegura, a gente que tá lendo está achando super normal, afinal os dois são lindos e ficarão juntos até o final do livro. É claro que para isso precisamos de outras pessoas más, terrivelmente más, que lutarão para que esse casal fique bem longe um do outro.


3º Entidades demoníacas que querem se apossar das crianças.

    Na boa, eu amo literatura fantástica, logo já perdi as contas de quantas vezes li sobre demônios ou qualquer coisa bem ruim mesmo que deseja se apossar da alma de uma determinada criança. Tudo bem, você me dirá: "Ah, mas é porque a alma de uma criança é inocente e nunca pecou." E eu não estou tão convencida disso já que conheci crianças mais terríveis do que qualquer adulto, acredite. Mas não é sobre isso que eu quero falar no momento. Vocês vão perceber quando ler algo do tipo, que até o final do livro tudo o que o demônio quer é destruir coisas, controlar a criança, destruir uma possível família já com crises e depois matá-la. Essa entidade não tem um plano maior. E na boa, se eu fosse um demônio iria querer me apossar de uma pessoa no poder de um determinado local para poder criar o caos por toda a parte. Pra que eu ia querer uma criança? Não ia sequer me divertir! 
   Ou seja se você for um escritor e estiver lendo isso, pode por favor criar uma história onde o demônio quer uma pessoa já no poder de uma cidade para tocar o terror geral? Ficarei muito contente lendo algo do tipo.

2º  Efeito Smurfete.

   Sabe aqueles livros onde há geralmente uma mulher fodona que se dá bem, é super decidida, forte e incrível, mas que só se relaciona com homens, e não estou falando fisicamente? Geralmente ela é retratada de maneira fria e calculista e que não perderia a chance de estraçalhar colhões pelo mundo afora. É aceita pela maioria dos personagens masculinos e respeitada por isso, mas ela não se relaciona com nenhuma mulher. E se relaciona-se é para competir entre as duas para saber quem é melhor. Esse tipo de personagem não tem amigas, não tem papos descontraídos e está sempre na defensiva. 
   Parem com essa bobagem. Mulheres têm amigas e que torcem uma pelo sucesso da outra. Existe companheirismo, não só competição, competição, competição. E falamos sobre todos os assuntos, não só sobre homens. 

1º Triângulo Amoroso.

   Meu coração já doeu! Não é por nada não, mas na vida real a possibilidade de se viver um triângulo amoroso é muito pequena. Principalmente porque um relacionamento já exige uma certa atenção, agora imagine dois ao mesmo tempo. Difícil, né? Então é por isso que quando estou lá firme e forte gostando de uma história, torcendo por um casal e que quando entra outro cara na história já sei que vai dar merda. Já sei que vou odiar e arremessar o livro pela janela mais próxima. 
   Triângulo amoroso é tão enrolado, é tão desgastante e tão chato que só por Deus! Aquele lance de: Eu não sei quem eu amo. Aquele é bonzinho e me trata bem. Mas aquele outro é um bad boy filho da puta que faz meu coraçãozinho explodir no peito. Acho que amo os dois, mas preciso escolher um lado. - Sabe, tipo jogo de futebol? A diferença é que no futebol amamos um e odiamos o outro. 
   Então, me escuta, por favor, se você está escrevendo algo, por favor mesmo, não coloque um triângulo amoroso. Acredite em mim, sua personagem pode amar um cara e ser feliz e se esse relacionamento não der certo, ela pode sim partir pra outra e não ficar sofrendo amargamente por aquele amor perdido. Obrigada.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

O Homem que caiu na Terra


Fotos do Livro.


Autor: Walter Tevis.
Editora: Darkside Books.
Ano: 2016.

"O Homem que Caiu na Terra tornou-se um verdadeiro clássico da literatura e uma das mais refinadas, sutis e delicadas ficções científicas já escritas. Publicado originalmente em 1963, ganhou reconhecimento em todo o planeta com a adaptação para o cinema dirigida por Nicolas Roeg em 1976. O filme também marcou a estreia de David Bowie no cinema encarnando o protagonista alienígena, para quem o papel parece ter sido especialmente pensado (o que não foi o caso): um ser andrógino, impúbere, alto para os padrões terráqueos, delicado, magro, polido e que tenta se adaptar à vida terrestre para sobreviver entre os humanos.

Thomas Jerome Newton veio de Anthea para a Terra em uma missão desesperada para salvar os poucos habitantes que ficaram em seu longínquo e desconhecido planeta. Para isso, precisa construir aqui uma nave que possa trazer os trezentos de sua espécie que ainda vivem lá, onde a água acabou e os recursos são cada vez mais escassos. Com conhecimento e inteligência muito superior aos humanos, Newton logo se torna um empresário bem-sucedido do ramo de patentes tecnológicas e descobre também a solidão, o desespero e o álcool, criando uma delicada parábola sobre as mudanças que estavam ocorrendo entre os anos 1950, com o início da Guerra Fria."
   Resumo do Livro.




O que achei do Livro:

   Fazia muito tempo que eu não lia nada tão tocante. A história desse alienígena é abordada de uma forma delicada e sutil; entendemos todas as emoções que ele passa a sentir e todos os problemas que sabe que pode surgir no caminho dele durante a "missão". Tudo o que eu posso dizer é que quando eu cheguei no final do livro senti meu coração todo amassado e destroçado. Sabe quando você fica pasmo com algo que você não esperava? Foi isso o que senti. 

   No começo da história não temos um nome, somente um sujeito, alto demais, com a pele morena, cabelos brancos e muito magro. Sentimos durante esse início a tensão que ele estava sentindo, o medo de que pudesse falhar e que não conseguisse arrecadar o dinheiro necessário de que precisava. Vimos o mundo pelos olhos dele, vamos descobrindo o que ele é e como a mente dele funciona ao decorrer da história. É assim que conhecemos T.J. Newton. Um ser de um planeta distante que veio para a Terra como a última esperança de seu povo. 




   Para que o "plano" para o qual ele fora treinado durante mais de dez anos desse certo, ele precisava de dinheiro. E sabia muito bem como obtê-lo. Dedicara sua vida a estudar os humanos para que não se apavorasse e cometesse erros tolos. Nada podia falhar, ele usara a última nave antheana para chegar ali. É com esse pensamento que ele conhece o advogado Farnsworth, um homem ambicioso e que mesmo achando Newton estranho e excêntrico, não vai medir esforços para ajudá-lo. O motivo? Bem simples: Newton tinha muitos planos tecnológicos incríveis demais para aquela época. Nova forma de televisão, imagens fotográficas, vídeos, ar-condicionado entre outras maravilhas. E tudo parecia ser tão simples naquelas gráficos. Seria possível colocar em ação tudo aquilo? Afinal poderiam arrecadar milhões. Isso era tudo o que Newton, o alienígena, queria. Em cinco anos precisava ter muito dinheiro para colocar em prática o maior plano de sua vida. E assim nasce a W.E. Corp. 

   Enquanto a "missão" está dando certo, do outro lado temos um professor chamado Nathan Bryce. Um homem cansado da vida que levava, mas sem ter como fugir dela. Deprimido e cheio de trabalhos acadêmicos pela frente. Sua vida continuaria assim se ele não encasquetar-se com a curiosidade sobre como a W.E. Corp conseguiu chegar naquele nível de imagem. E ainda com a velocidade chegando até 3.000 e ainda por cima se revela sozinha? Isso era impossível! Não lera nada sobre isso em nenhum periódico. Quem seria o gênio por trás? Ou seria um alienígena? - Acreditem esse foi o melhor palpite desse cara durante todo o livro. - Bryce fica obcecado com essa ideia e assim tenta descobrir da forma que puder como eles conseguiram esse avanço tecnológico tão rápido e sem testes anteriores.



   Nesse meio tempo também conhecemos Betty Jo, uma mulher que vai ser essencial para a adaptação e segurança de Newton, quando ele sofre um acidente dentro do elevador e precisa confiar em uma estranha para ajudá-lo. Seu organismo era diferente demais dos humanos, não podia nunca se expôr a algum tipo de médico ou tratamento. Por isso agarrou-se a segurança que Betty Joe lhe dava. 

   Durante a trama vamos perceber como essas duas pessoas convivem com o alienígena. Seria ele diferente demais dos humanos? Imune a dor, ao excesso de bebidas e a solidão? Ele veio para destruir toda a raça humana ou veio para salvá-los? Estaria disposto a tudo para conseguir executar sua missão? Todas as repostas para essas perguntas vocês vão descobrir no decorrer do livro. É um relato triste e comovente sobre: dor, guerras, mortes, amizades, dúvidas e a incapacidade humana de ver aquilo que está bem debaixo do seu nariz.

   Recomendo muito a leitura e espero que vocês gostem dessa história tanto quanto eu.

   P.S.: O engraçado é que ao lermos as características do alienígena, percebemos que David Bowie era o único que se encaixava com perfeição na descrição do personagem. Existe o filme homônimo desse livro lançado em 1976. Vale a pena assistir. 

sábado, 20 de agosto de 2016

A História do Ladrão de Corpos

Fotos do Livro.


Crônicas Vampirescas Vol. 04.
Autora: Anne Rice.
Editora: Rocco.
Ano: 2009.

"Lestat. Herói-vampiro, encantador, sedutor de todos os mortais. Através dos séculos ele foi cortejado como príncipe no reino das trevas onde vagueiam os mortos. Agora ele está diante de uma proposta que pode mudar tudo. Raglan James, um desconhecido, quer trocar seu corpo com o do poderoso bebedor de sangue. É sua oportunidade de sentir o poder de um vampiro. É a oportunidade de Lestat sentir as sensações de um mortal."
   Resumo no Livro.



O que achei do Livro:

   Lestat agora está em Miami, sozinho, pois todos os vampiros deixaram de reunirem-se e de viverem sob o mesmo teto. Não gostam da companhia um do outro, preferem escolher seu próprio lugar de descanso e suas próprias aventuras. E uma coisa bem importante nas crônicas é que cada vampiro tem uma personalidade única. Suas próprias paixões e anseios. E no momento o Vampiro Lestat está sozinho, caçando assassinos em série. E sentindo prazer com isso. Sentia muita sede de sangue, e com ele perseguimos um assassino em becos escuros. Lestat consegue capturá-lo antes que o homem consiga acabar com outra vítima. O problema era que agora ele mesmo queria a mulher, queria beber todo aquele sangue dela. E é o que acaba fazendo. 
   
   Ao sentir-se a pior criatura existente e estar saturado de sangue, ele passa a caminhar pela praia. E é lá que tem uma sensação estranha, como se fosse uma comichão no corpo, como se algo o quisesse empurrá-lo pra fora. Percebe um homem moreno e alto encarando-o, estava apavorado, mas aproximou-se dele e lhe entregou uma carta. Fugiu ao perceber que tudo o que Lestat queria era sugá-lo. Dentro do envelope só havia as páginas de um conto de H. P. Lovecraft. Quem seria aquele mortal estúpido? Ele já o vira em outros países, isso seria uma coincidência?

   Estava cansado e desesperado e precisava falar com um amigo. Não qualquer amigo, mas com o seu mais querido e mortal amigo: David Talbot. Diria para ele seu adeus. Estava cansado demais. Seu amigo lhe implorava para não se expôr ao sol, até tentou convencê-lo das coisas que ainda podia fazer, do mistério daquele mortal o perseguindo. Mas Lestat estava decidido, iria se expôr ao sol no deserto, para não ter para onde fugir. Não ter onde se esconder caso não desse certo. E isso ele faz. Ficou dois dias exposto as raios impiedosos do sol, mas não morreu. Estava severamente queimado, mas ainda "vivo".

   Quando conseguiu forças, voltou para a casa de David, precisava de ajuda. E lá ele fica, em frente a lareira, com a pele ultra sensível e queimada. E com os olhos mais brilhantes. O fantasma de Claúdia havia voltado para atormentá-lo. Mesmo morta ela adorava atormentar seu pai. Lestat ficou dias assim, impossibilitado de mover-se, até que consegue levantar e vestir-se com as roupas de David. Não estava mais tão branco, estava moreno, mas não tinha mais nenhuma queimadura ou cicatriz. Era ele mesmo outra vez. E dessa vez iria atrás daquele mortal e exigiria que ele lhe falasse o que queria com aqueles contos. Para testar se o homem o seguiria, Lestat vai para Paris. E o mortal o achou lá. E qual era seu plano: ele queria trocar de corpo com o vampiro. Daria a chance de Lestat ser humano outra vez. Não era isso o tormento da sua alma? 

   Essa é uma aventura épica para o nosso vampiro. Como ele se comportará como humano? Seria possível confiar em um feiticeiro trapaceiro, mesmo que fosse o desejo de sua alma ver o sol novamente? Uma história cheia de dor, tristeza, assassinatos, amizades e traições. Uma saga épica. 

Placas Tectônicas

Fotos do Livro.


Autora: Margaux Motin.
Editora: Nemo.
Ano: 2016.

"Um verdadeiro terremoto de magnitude 10.
  Aos 35 anos, Margaux Motin narra os erros e acertos que abalaram sua existência em páginas repletas de humor e realidade. Uma separação e um novo amor mudam radicalmente sua vida de mulher de trinta e poucos anos de idade - uma época em que decisões abruptas podem levar a consequências desastrosas.
   Quando continentes internos convergem, a saída é aprendera lidar com os pequenos desastres da vida e reencontrar o equilíbrio."
   Resumo no Livro.



O que achei do Livro:

   Gente, a história inteirinha é muito divertida e emocionante. Tanto no primeiro momento quando percebemos a dor que ela sentiu ao se divorciar, quanto ela decidiu-se viver plenamente a própria vida. Acompanhamos seus erros e acertos e como ela relaciona-se com a filhinha, amigos, emprego, mãe e paquera. 

   O que eu mais gostei é que ela não tentou ser fofinha e certinha o tempo todo, ela descreveu todo o processo de encarar a vida: de usar roupas de adolescentes, as baladas que curtia, o novo amor que entrava na sua vida, o crescimento da filha, suas neuras, entre outras coisas. 

   Recomendo essa história para todos, vocês vão se divertir assim como eu me diverti lendo.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

A Rainha dos Condenados

Foto do Livro.


As Crônicas Vampirescas Vol. 03.
Autora: Anne Rice.
Editora: Rocco.
Ano:1990.

   "A Rainha dos Condenados transporta o leitor para o mundo complexo, erótico, violento e eletrizante dos vampiros. Com incrível habilidade, enorme fluência e conhecimento profundo do tema, Anne Rice nos faz viajar até seis mil anos atrás, quando têm início as histórias da Primeira Geração dos bebedores de sangue e passeia do Egito à América do Sul, do Himalaia à Inglaterra, por onde quer que os vampiros tenham passado deixando suas garras."
   Resumo no Livro.

O que achei do Livro: 

   É a melhor saga sobre vampiros que eu já li. E olha que eu já li horrores sobre esse tema. O que eu mais gosto nos livros das Crônicas é que o objetivo deles não é ter um amor e passar a eternidade com essa pessoa escolhida, mas a ânsia que eles têm em simplesmente "viver". O amor, curiosidade ou apenas o interesse pelas histórias dos mortais desencadeia inúmeras aventuras e perigos reais para todos, não só todos os vampiros, mas também inúmeros humanos. O personagem central como sempre é o Vampiro Lestat e o enredo da história é sobre as mudanças que ocorrem não só com ele, mas com o mundo inteiro ao despertar da Mãe dos Vampiros.

   Como escrevi anteriormente, Lestat se tornara uma estrela mundial do Rock, tanto pelo cd lançado quanto por sua autobiografia. No final do livro dois, depois de decorrido o show de rock com uma duração espantosa de três horas, tendo na platéia não só os fãs humanos, mas também um considerável número de vampiros, Lestat volta para o seu abrigo para dormir. E é com grande surpresa que percebe que o seu maior desejo tornara-se verdade: Akasha, a Rainha dos Vampiros estava li, "viva", com ele. E por ele. E sentindo-se inerte e vulnerável, deixa-se ser levado pela rainha à um destino incerto.

   O que Lestat não sabe é tudo o que a Mãe vem fazendo desde o seu despertar: o assassinato do Rei Enkil para tornar-se livre e ser a única soberana de seu povo. O aprisionamento do seu guardião milenar Marius no gelo. A morte de inúmeros imortais através do fogo que ela mesma criara, para puni-los de todo o mal que causavam. Ou pelo simples fato de não serem importantes no seu plano maior. O reencontro desastroso com o seu segundo filho-vampiro Khayman. E por fim o rapto de seu príncipe e toda a lição que ela pretende ensinar as suas crianças.

   De um lado temos um mistério a ser solucionado: vários imortais vem tendo um sonho repetitivo sobre duas gêmeas ruivas ajoelhadas diante de um banquete fúnebre, a divisão do corpo de sua mãe. E consequentemente flashs sobre o que aconteceu com as duas: a morte de seu povo, os espíritos zangados, o aprisionamento delas nas masmorras do Castelo do Rei e da Rainha de Kemet entre outros infortúnios. Quem mandava essas imagens? O que queriam dizer? E por que esses sonhos só começaram agora depois do despertar da Mãe?

   Do outro lado temos a reunião de todos os imortais antigos e novos que foram poupados da ira de Akasha em uma casa enorme. Eles precisavam ter um plano caso a Rainha saísse do controle e desejasse aniquilá-los. Precisavam entender o que ela queria com o Príncipe Moleque Lestat. Mas estavam reunidos principalmente para que todos soubessem como a mãe se tornara o que é hoje e sobre o que as gêmeas, as bruxas ruivas, têm a ver com toda essa história. 

   Isso é tudo o que posso informar sobre o livro, principalmente porque o legal é ir descobrindo e intercalando as coisas aos poucos. E acreditem vocês vão se apaixonar por essa história incrível e principalmente sobre os ideais dos vampiros. Seres nem bons, nem maus. E preparem-se para os diálogos incríveis que falam não só sobre seres sobrenaturais, mas também sobre guerras, fome, mortes e violência gratuita. 


P.S.: Existe um filme homônimo baseado no volume dois e três das crônicas, mas não é uma boa adaptação. Existem muitas coisas sem sentido e que distorcem vários conceitos abordados no livro. É um filme legal, se não levarmos em conta a obra literária. Assistam como se fosse um filme comum sobre vampiros e creio que ficarão satisfeitos. Até a próxima. 

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Confissões do Crematório

Fotos do Livro.


Autora: Caitlin Doughty.
Editora: Darkside Books.
Ano: 2016.


"Um livro para quem planeja morrer um dia."



"A Morte é a única certeza da vida. Então, por que evitamos tanto falar sobre ela? Morrer é inevitável, sentimos muito. Mas, pelo menos, como descobriu Caitlin Doughty, ficar a sete palmos do chão é uma opção.
   Ainda jovem, Caitlin conseguiu um emprego em um crematório na Califórnia e aprendeu muito mais do que imaginava preparando corpos para a incineração. A exposição constante à morte mudou completamente sua forma de encarar a vida, e a necessidade de dividir suas experiências transformaram a agente funerária em uma escritora e youtuber muito peculiar. O resultado é um livro surpreendente, repleto de memórias sinceras, hilariantes e transformadoras."
   Resumo no Livro.



O que achei do Livro:

   A única certeza da vida é a de que vamos todos morrer. E esse assunto é um dos maiores tabus de todos os tempos. Em conversas com amigos, sempre surgem diversos temas: filmes, livros, sexo, maldades alheias e todos os nossos infortúnios do dia-a-dia. Mas nunca falamos sobre a morte. Parece irreal falar sobre como vamos morrer e o que queremos que façam com o nosso corpo após à morte. Ser enterrado? Cremado? Espalhar as cinzas ou amontoá-las num lindo jarro no parapeito de uma janela? Ser comido por tribos selvagens? Ou abandonado em meio a natureza para que aves de rapina façam o trabalho sujo? E se for a morte de alguém próximo? Isso nem sequer passa por nossas cabeças. Como dizem as pessoas por aí: "Pensamento negativo atraem coisas negativas". A morte seria isso? Algo negativo, triste e sem a menor consideração por todos os nossos projetos de sucesso em andamento? São assuntos assim, que Caitlin discutirá conosco. Não a romantização da morte, mas a morte como ela realmente é.

   Esse livro é pra todas as pessoas? Sim, qualquer pessoa que quer sair da sua zona de conforto pode ler esse livro e extrair tudo o que precisa saber para dormir tranquilo à noite. Todas as pessoas conseguirão ler esse livro? Não, não todas. Principalmente pessoas que se julgam sensíveis demais e que não gostam de entrar em detalhes de coisas "mórbidas". Encarar a morte como uma etapa inevitável não é fácil. Decidir sobre o que queremos que aconteça quando a nossa hora chegar é assustador. Quando assistimos aqueles comerciais sobre a doação de órgãos já desviamos nosso olhar ou trocamos de canal, porque acreditamos que não podemos sequer falar sobre isso. É como uma maldição. Por isso ao comprarmos um livro que aborda justamente esse tema, esperamos algo sórdido e horroroso, difícil de ser digerido. E qual não é nossa surpresa ao percebermos que todo esse assunto é discutido sempre com bom humor e de maneira clara? Ficamos totalmente chocados ao ler sobre uma cremação, cheio de detalhes horríveis, mas que nos fazem rir. É isso o que a narrativa sensacional da Caitlin faz conosco.

   Com bom humor, um tanto mórbido e obcecado, mas bem descontraído, Caitlin aborda todos os prós e os contra ao trabalhar em um crematório. Sabemos o que ela pensou quando barbeou seu primeiro corpo. O que sentiu quando teve que raspar o cabelo de um bebê e depois cremá-lo. O que aconteceu quando achou que estava apaixonada por um amigo e escreveu uma carta para ele contando como se sentia. -Confesso que quando li essa parte sabia que ia dar merda. - Ou quando ela fez sua primeira cremação com a família da pessoa morta presente. Sem contar em todas as curiosidades sobre como as diversas pessoas de etnias diferentes pelo mundo encaram a morte. 

   Recomendo muito. Aproveite a experiência e tire suas próprias dúvidas com a nossa agente funerária.  

O Vampiro Lestat

Fotos do Livro.


Autora: Anne Rice.
Volume dois das Crônicas Vampirescas.
Editora: Marco Zero.
Ano: A primeira edição deste livro no Brasil foi publicada em Junho de 1989.


   Neste segundo volume das Crônicas, Anne Rice nos apresenta o vampiro Lestat. O vampiro rebelde que já conhecemos através do livro "Entrevista com o Vampiro". Mas desta vez é ele que pára para nos contar toda a sua história, não só sobre a sua vida humana, mas também tudo pelo que passou ao ser transformado em vampiro. Toda a dor, perda e solidão que enfrentou até criar Louis e Cláudia para confortar sua alma angustiada. 

***



   Lestat desperta do sono em que estava em meio a terra por causa de uma banda de rock de garagem chamada "A Noite de Satã". Aquela música tortuosa e estranha que no início ele não compreende, acaba penetrando em todo o seu ser. Ele queria conhecer aqueles mortais. Melhor! Ele queria estar ali cantando junto daquela banda. Como se fossem todos iguais. No início foi difícil sair da terra e caçar um mortal para alimentar-se, por isso começou a atrair animais de pequeno porte para si. E quando conseguiu roubar roupas e se aventurar naquele mundo estranho lá fora, não o entendeu. Tudo parecia tão errado! Mulheres mostrando bastante partes do próprio corpo, motocicletas, comida diversas, músicas, tudo era irreal para ele. Principalmente aquela banda de rock. E por isso ele se sentia atraído por ela. E não demorou muito para que ele se sentisse confortável em se apresentar àqueles três mortais: Alex, Larry e Biscoito Doce. 
   
   Lestat não soube o que mais o assustou ao quebrar as regras e contar aqueles mortais sobre seu segredo: se foi eles reconhecerem seu nome ou o livro intitulado: "Entrevista com o Vampiro". Louis ousara contar tudo sobre os vampiros descaradamente desse jeito? O doce e correto Louis? Pois se foi assim, ele faria pior: lançaria uma biografia sobre sua vida. E ainda tornaria aquela banda, agora intitulada: "O Vampiro Lestat" famosa em todos os cantos do mundo. Quebraria todas as regras, afinal ele era muito bom nisso.

   
   A EDUCAÇÃO E AS AVENTURAS DO VAMPIRO LESTAT NA JUVENTUDE

   Nesta parte do livro iniciamos a história de Lestat. Ele era filho caçula de um marquês em Auvergne na França, o que lhe garantia nada: nem terras, nem títulos, nada. Lestat sempre seria aquele agregado. O pior não era saber disso, o pior era saber que a riqueza de sua família se dissipara há tempos e que todos, mesmo o hostilizando, dependiam dele para sobreviver. Sentia-se sozinho e sem perspectiva nenhuma de vida. E aos vinte e um anos de idade, durante um inverno rigoroso, deixou o castelo para caçar e matar uma alcateia de cinco lobos. Parece uma tarefa impossível para um jovem rapaz? Sim, mas não para Lestat. Ele precisava acabar com aquela ameaça ou os aldeões nunca o deixariam em paz. E assim, acompanhado de sua égua e dos seus cães, ele foi ao encontro das feras. Mataria um por um. E assim ele o fez. Perdeu sua égua, seus cães e foi ferido, mas acabou com todos os lobos, não cinco, mas oito lobos famintos. 

   Ao voltar para casa e contar aquela história incrível para sua família foi desprezado por seu irmão mais velho e seu pai. A única que parecia entender todas as suas emoções era sua mãe. Do jeito silencioso dela, mas que sempre arrumava algo para que ele fosse feliz. Mas depois daquela matança, Lestat sentia-se bastante angustiado. Aquela não era a vida que ele queria. Desejava outra coisa. Algo vivo e alegre. Não a monotonia que estava condenado a viver naquele castelo. E ele continuaria ali: sujo dos sangues dos lobos, barbudo e com os olhos tristes, se sua mãe não obrigasse-o a receber os presentes que os aldeões trouxeram para ele. E foi assim que ele conheceu Nicolas, um rebelde violinista. 

    Nicolas e Lestat, duas criaturas impossíveis, logo se tornaram amigos. Bebiam, dançavam, imaginavam a vida que teriam em Paris e fazia o que eles mais gostavam de fazer sozinhos: conversavam sobre tudo. Nenhum tema era proibido, falavam durante horas e muitas vezes de maneira apaixonada. E quanto mais conversavam, mais queriam partir, mesmo se fosse para morrer de fome nas sarjetas imundas de Paris. O lugar dos sonhos mais incríveis de Lestat.

   Lestat ficou obcecado com a ideia de mortalidade quando descobriu que sua mãe estava morrendo. Ele não podia imaginá-la assim. Não a sua mãe. E sabendo da vida que ele teria no caso de sua morte, a mãe de Lestat lhe entregou jóias e dinheiro para que ele e Nicolas fugissem para Paris. E é isso que eles fazem. Ao chegar lá, Nicolas começou tocando violino em um teatro e Lestat trabalhando como um faz tudo lá, até que alguém percebesse o talento que o mesmo tinha para atuar. E foi num dia de relativa sorte que o belo rapaz louro se torna Lelio, um jovem amante apaixonado, para um público de verdade pela primeira vez. E não só foi bem na atuação, como também as pessoas o adoraram. 

   Mesmo Nicolas sempre sendo cínico sobre tudo, principalmente sobre a bondade e a beleza que Lestat via em todas as coisas, o jovem rapaz estava feliz. Ganhava seu próprio dinheiro, tinha amigos e um público real quase todos os dias. E sempre podia ouvir as belas melodias de Nicki. Isso era maravilhoso até que um dia ele percebe um rosto inexpressivo na platéia. Parecia uma máscara e sempre o seguia com os olhos. Esse rosto passa a assombrá-lo todas as noites no teatro. Um rosto que parecia saber sobre os lobos que ele matara. Mas isso era impossível! Estavam longe demais de sua cidadezinha! E numa noite, quando Nicki dormia a seu lado, Lestat foi raptado por um vampiro. 

  E isso é apenas o começo de uma saga repleta de conflitos, amores, paixões, maldições e amizades. Em mais 400 páginas, Anne Rice nos conduz durante as noites tortuosas desse belo vampiro. Um ser que precisa amar e ser amado na mesma proporção. E que sente que seu caminho sempre acaba conduzindo-o a solidão absoluta. A única coisa que ele não pode suportar.

P.S.: O legal desse volume é que aqui percebemos um outro lado daquele vampiro maldoso do livro Entrevista com o Vampiro. O eterno mentor e amor de Louis. O criador de Cláudia. E a cada página que lemos conhecemos um pouco sobre várias partes do mundo e sobre cada criatura da noite que vive nela. Prepare-se para o primeiro vampiro rockstar da literatura fantástica.
 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Entrevista com o Vampiro

Fotos do Livro.


Autora: Anne Rice.
Editora: Rocco.
Ano: 1993.

" Quando Anne Rice começou a escrever um romance sobre vampiros, no final dos anos 60, pensava estar apenas utilizando seu repertório de tradições da Nova Orleans e as histórias de terror que lia em menina. Logo ela percebeu, no entanto, que os personagens que estava criando eram fortes, expressivos, e um canal perfeito para a projeção de suas próprias tragédias e angústias.
   Entrevista com o Vampiro rapidamente se transformou num dos grandes cults de nosso tempo. Mistura equilibrada de elementos góticos com erotismo, de modos modernos com narrativa romântica, de extrema crueldade com paixões arrebatadas, o livro revela em ritmo febril um mundo de vampiros em permanente dilaceramento interno, empenhados em orgias incofessáveis de vida e morte. [...] ...o vampiro Lestat, ousado, sedutor um tanto sórdido, pronto a destruir mitos, nem que para isso desencadeie assassinatos em massa. Prosseguem com Lestat em sua saga, Louis, o "entrevistado" deste primeiro livro e Armand, seu amigo. O quarto personagem fundamental de Entrevista com o Vampiro é uma criação surpreendente de Anne Rice: a vampirazinha Claúdia, mescla de inocência e maldade infantil."
   Resumo no Livro.



O que achei do Livro:

   É segredo pra alguém que eu amo demais a Anne? Não, não é. Tanto não é que aqui no blog já fiz resenhas de muitos livros dela, mas estava faltando as crônicas e por isso, acho muito bom vocês se prepararem, porque vai ter bastante resenha sobre a saga da vida imortal do Lestat por aqui.

   Neste primeiro livro conhecemos Louis, um vampiro de 200 anos que está disposto a contar a história de sua vida imortal para um  repórter. Ele quer que o jovem rapaz grave tudo e use a história como bem entender. Mas que o deixe libertar tudo o que estava fadado a viver para sempre dentro dele. E é assim que embarcamos numa viagem repleta de melancolia e desespero.

  A história começa quando Louis perde seu irmão caçula e começa a se remoer de culpa e tristeza. Tudo o que ele queria era morrer. E é ao procurar a morte que atrai Lestat, um vampiro sórdido que só estava ansioso para apoderar-se dos seus bens, segundo sua própria opinião. Ao se transformar em vampiro, aquela tristeza que já era uma característica sua, torna-se ainda mais profunda. Precisava viver com Lestat, mas o odiava. Ele nunca tinha respostas para suas perguntas. Vivia para gastar todo o seu dinheiro. Os escravos o temiam e mortes surgiam por todos os lados. O que seria dele? Um vampiro que vivia alimentando-se de ratos? 

   Lestat o persegue por todos os lados, quer que ele mate vítimas humanas. Que se alimente. Que seja o predador que por natureza ele é. E é em uma noite cheia de tormentos que Louis saí faminto e acaba encontrando uma linda garotinha de seus cinco anos, faminta e chorosa ao lado da mãe morta. Ao perceber que de qualquer jeito ela morreria, Louis decide sugar a vida dela, e é desse jeito que Lestat o descobre. Rindo e zombando daquele vampiro mártir, Lestat prepara um plano para que Louis nunca o deixe. Afinal, que tipo de pai abandonaria uma filha?

   É assim que surge Cláudia na história de amor e ódio entre dois imortais. Uma linda garotinha vampira. Uma criança linda e cruel e que fará de tudo para sempre ter o que quer.

 
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   Meus amigos, eu li esse livro quando tinha 12 anos e reler foi tão maravilhoso quanto naquela época. Todos os vampiros de Anne Rice são complexos. A forma como ela cria uma trama e vai tecendo e tecendo até que tenha a profundidade que ela almeja é fascinante. A forma como ela mostra duas pessoas completamente diferentes partilhando suas vidas, amando e odiando numa proporção gigantesca, chega até a doer. Recomendo muito que leiam. E não esperem cenas tórridas de sexo entre vampiros, não há. O erotismo em questão é outra coisa. 


Foto: Cena do Filme.


   Se puderem assistam ao filme também. É uma ótima adaptação dessa obra. E tem atores excelentes, como: Brad Pitt como Louis. Tom Cruise como Lestat. Kirsten Dunst como Cláudia. E Antonio Banderas como Armand. (Apesar dele não combinar como Armand, na minha opinião.)

P.S.: A cena do filme que eu mais gosto é a do final. Quando assistirem descobrirão o porquê. Até o próximo livro.

Dica de música abaixo:


Os Frutos Dourados do Sol

Fotos do Livro.


Autor: Ray Bradbury.
Editora: Francisco Alves.
Ano: 1982.

"Ray Bradbury é o rei sem coroa dos escritores de ficção científica, um jovem autor cuja imaginação fantasiosa, prosa poética e madura compreensão da natureza humana lhe conquistaram uma reputação internacional. - Orville Prescot, The New York Times."

   "Os Frutos Dourados do Sol do mesmo autor de Fahrenheit 451, As Crônicas Marcianas, O Homem Ilustrado e O País de Outubro reúne alguns dos melhores contos de Ray Bradbury, o mestre da fantasia."

Resumo no Livro.



O que achei do Livro:

   Eu li tão rápido e fiquei tão maravilhada com esses contos que até agora estou sem palavras. Foi o primeiro livro que eu li do autor em questão, principalmente para servir de teste para eu saber se iria gostar da escrita dele ou não. E não só gostei, como quero ler todos os livros que ele pôde escrever. Todos os contos são tão tocantes e  com tantos temas variados que eu não sei até agora qual é o meu favorito. E isso é raro num livro de contos, principalmente a parte de gostar de todos ou não.

   Em "A Sirene do Nevoeiro" acompanhamos dois homens que cuidam de um farol e numa determinada noite percebe que há algo saindo das águas e sendo guiado para eles. 

   Em  "A Bruxa de Abril" aprendemos que nem todas as bruxas são más e corpóreas e que tudo pode mudar em um dia.

   Sem contar nas duas mulheres do conto: "Pioneiros", que se preparam para embarcar em uma viagem para Marte e ter uma nova vida lá. 

   E ficamos chocados em o quanto uma pessoa pode ficar paranoica ao cometer um homicídio em "As Frutas do Fundo da Fruteira".

   Eu poderia falar um pouco sobre cada conto, mas o legal é você pegar esse livro e se jogar de cabeça na leitura. O exemplar deve estar a venda no site da Estante Virtual, principalmente por ser uma edição bem antiga.