sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Diário de Leitura: Grandes Contos H.P. Lovecraft - Editora Martin Claret (Parte II)

 
Fotos do Livro.
 


  Tradução e notas:
   Alda Porto.
   Vilma Maria da Silva.
   Lenita Rimoli Esteves.
   Paulo Cezar Castanheira.


Parte II:

Da página 243 à 598.



   Começamos a segunda parte com o conto: "Debaixo das Pirâmides", esse conto é sobre um mágico que embarca em uma viagem com a esposa rumo ao Egito. Harry Houdini queria ver com os seus próprios olhos os mistérios daquela Terra Antiga, mas tudo bem discretamente. E ele teria conseguido uma viagem tranquila se não revelasse sua identidade de um verdadeiro grande mágico durante o trajeto. Coisas estranhas e terríveis acontecerão com o nosso mágico nessas terras de Deuses Anciões. Gostei muito de ter lido, principalmente nas partes sobre criaturas híbridas.

   "O Horror em Red Hook", se você tivesse um tique nervoso ao ver qualquer edifício muito alto, isso seria sinal de um horror maior? No caso desse conto, seria sim. Principalmente se você fosse o detetive Thomas F. Malone, um homem que está aposentado por todo o horror que viu com os seus próprios olhos. Malone estava em uma investigação quando conheceu Robert Suydam, um recluso. Você acreditaria que esse recluso foi um portador de verdadeiros segredos? Lendo esse conto você descobrirá tudo e um pouco mais. (Gostei muito desse conto, o mistério que envolve Suydam, a persistência de Malone para descobrir a possível verdade, tudo muito bom. Recomendo.)

   "O Chamado de Cthulhu", acho que esse é o conto mais conhecido do Lovecraft, se você nunca o leu, provavelmente o nome "Cthulhu" lhe é familiar de alguma forma. O horror num punhado de argila. Quando um homem herda uma casa com vários documentos sobre uma investigação estranha sobre um suposto culto à uma "entidade", a curiosidade sobre esse tema lhe toma de todo. Tudo o que ele queria saber era porque o Professor Angell, seu tio-avô, estava estudando algo tão estranho quanto aquilo e porque acreditara em um louco que parecia ter sonhos-visões e batera a sua porta desesperado. (Um dos melhores conto, amo muito).



   "A Chave de Prata", essa é a história sobre como Randolph Carter consegue embarcar dentro dos sonhos mais profundos por causa de uma chave de prata. Como ele consegue voltar a sua infância, como consegue sonhar em tão profundidade ao ponto de sentir realmente as coisas ao seu redor. (Gostei desse conto, mas não amei não.)

   "A Estranha Casa Alta na Névoa", na cidade de Kingsport, na ponta do mais alto penhasco envolta por uma nuvem cinzenta está uma "casa". Só que ninguém consegue acessar essa casa, nem saber quem mora lá, apesar de ser óbvio que alguém reside naquele local, pois toda a noite as luzes são avistadas lá debaixo. Ninguém que vive em Kingsport subiu até lá, até que um novo morador decide fazer isso e descobrir o que há ali. Mas quem descobre o que há ali, nunca mais desce a mesma pessoa. (Gostei muito desse conto.)

   "A Busca Onírica da Desconhecida Kadath", lembram-se do nosso já conhecido Randolph Carter, o sonhador? Então, ele está de volta, só que desta vez ele está deslumbrado com a cidade maravilhosa, toda dourada que vê em seus sonhos, mas que por algum motivo lhe é negada. E para conhecer e andar pela Desconhecida Kadath, cidade que nenhum homem mortal jamais viu, Carter terá que enfrentar verdadeiros problemas e uma busca assustadora através do Portal dos Sonhos Profundos. E se você lembra do Azathoth e do Caos Rastejante, se prepare porque eles estarão nessa aventura também. (Eu gostei bastante desse conto, ele é bem grandinho. Mas eu acho que se esse conto fosse ilustrado com os seres que o Carter encontra nessa aventura seria muito melhor. Ás vezes eu ficava um tempão tentando imaginar tal criatura e nada!)

   "O Caso de Charles Dexter Ward", esse conto é enorme, então vocês levarão um tempo pra ler, mas ele é maravilhoso. Cheio de mistérios, quadros demoníacos, loucura, um feitiço que busca o "descendente" certo, toda a história de uma família e a ocultação de um dos mais improváveis e diabólicos "parentes". Leiam, é maravilhoso, se eu contar mais coisas não vai ser tão assustador quando vocês lerem.)



Fim da Parte II.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Diário de Leitura: Grandes Contos H.P. Lovecraft - Editora Martin Claret (Parte I)

Fotos dos Livros.
   

Tradução e notas:
   Alda Porto.
   Vilma Maria da Silva.
   Lenita Rimoli Esteves.
   Paulo Cezar Castanheira.


   Eu nunca fiz aqui no Blog um diário de leitura, primeiro porque prefiro ler a história toda e depois escrever o que achei da experiência de leitura que tive. Mas como esse livro é enorme, tem mais de 1.000 páginas, e são um apanhado de contos, decidi dividir em três ou quatro partes, contar um pouco sobre os contos que li em cada parte e quais eu gostei mais. H.P. Lovecraft é um autor que eu gosto muito e acho que vai ser divertido, e meio macabro, falar sobre esse escritor aqui. 



Parte I:

Da página 07 à 242. 

   Bom, as primeiras páginas são uma pequena introdução ao autor e sua obra e sobre outros autores que foram "influenciados" por ele, escrito por Daniel I. Dutra. Então começamos muito bem. Como eu já tinha lido vários contos escritos pelo Lovecraft na minha adolescência, alguns eu sabia o que aconteceria e outros eu tive uma agradável surpresa. (E por falar sobre isso preciso reler os contos do Poe)

   Podemos dizer que os primeiros contos nesta coletânea são mais "leves". São curtinhos, você os lê rapidinho e quando percebe já percorreu várias páginas. Ou seja, não tenha medo do tamanho do livro, se quiser ler aos poucos, um conto por dia, e ler outro livro junto, vai dar super certo. Ou se você é como eu, vai ler somente esse livro até terminar. Eu tenho mania de ler um livro a cada momento, não consigo me concentrar lendo várias histórias ao mesmo tempo. 



   "A fera na caverna", que é o primeiro conto, passa toda uma atmosfera de aventura, você tem um narrador que está ali perdido no meio de uma floresta, dentro de uma Caverna, chamada Caverna Mamute. Ele sabe que está perdido, mas demora um tanto até ele se apavorar de fato, porque esse narrador fica raciocinando sobre o que vai acontecer com ele passo-a-passo.  Bem legal e fácil de ler. 

  "O Alquimista" é aquele conto de uma maldição que se passa de geração para geração, até que o "bem" e o "mal" irão se enfrentar. Com direito a magos, castelos, nobres, camponeses e tudo isso que a gente ama, mas com o jeitinho do Lovecraft de contar uma história. 

   "A tumba" é um conto um pouco maior e simplesmente fantástico. Aqui temos o Jervas Dudley, que se diz um sonhador e visionário, mas que encontra-se internado num asilo de loucos. Ele vai nos contar porque a família dele o internou ali e porque ele acha que tudo realmente aconteceu e porque acredita fielmente que adentrou a cripta antiga e viu tudo o que viu. Sensacional.

   "Dagon", esse você provavelmente já ouviu falar e caso não saiba existe um filme baseado nesse conto e na mitologia que o Lovecraft criou. Esse filme é antigo então acredito que seja difícil de vocês conseguirem achar para assistir. Mas o conto não é nada difícil de achar, inclusive está nesse livro, então aproveite. O narrador deste conto está muito aflito e vai te contar sobre o que ele encontrou quando fugiu em um bote e caiu em terras estranhas. E o porque ele acha que morrerá em breve. 

   "Além das Muralhas do Sono", se você não entende porque Lovecraft é considerado o Pai do Horror Cósmico, você precisa ler esse conto, ele vai te dar um empurrão para que você tenha uma ideia do que ocorre quando um médico residente da Instituição Estatal de Psiquiatria, recebe um paciente "estranho". Esse paciente chamava-se Joe Slater, um montanhês, que era considerado muito perigoso, principalmente porque depois que tinha sonhos muito estranhos e reais para si, acordava briguento e acaba se descontrolando selvagemente. Esse médico então tem a brilhante ideia de usar o Joe como cobaia para um "experimento". Ele queria ver o que o Joe sonhava, queria entrar na cabeça dele e ver com o que ele se agitava tanto depois de acordar. Recomendo muito, leiam. 

   "Old Bugs", foi um conto que eu realmente não curti muito. Achei legal a história, mas destoa um pouco das outras. Nessa coletânea essa é uma das que eu menos gostei. 

   "A Transição de Juan Romero", eu nunca havia lido esse conto antes, então foi meio que uma surpresa, apesar de eu não ter amado. O narrador deste conto vai nos contar o que ocorreu para que acontecesse a transição desse homem estranho conhecido como Juan Romero. 

   "A Nau Branca", Basil Elton, que era zelador do farol de North Point, vai nos contar sobre como era exercer essa sua profissão, que vinha de família, e sobre como a Nau Branca o fascinava. Mas o mais incrível deste conto é conhecer as diversas terras, como Talarion, Zar, Xura, Sona-Nyl, entre outras. Uma construção de mundo fascinante, mas o nosso faroleiro, quando avistou no céu o Pássaro Celestial, sonhava em ir para a Terra de Cathuria, a Terra da Esperança. 
   Se você não entendeu nada nessa mini resenha, acredite que você entenderá quando ler esse conto. 

   "A Rua", vocês acreditam que um lugar possa ter uma "alma"? Pois é, descobrirão ou não aqui nesse conto. Não gostei muito desse conto, mas achei bem interessante.

   "A Maldição que atingiu Sarnath", simplesmente um dos melhores contos. Eu amo demais. Aqui vamos conhecer como ocorreu a destruição de uma das mais belas cidades, conhecida como Sarnath. De toda a glória que teve a partir da destruição da Cidade de Pedras Cinzentas de Ib, até sobre o mistério sobre a sua total aniquilação. Simplesmente maravilhoso.

   "A Árvore" é um conto simples, mas muito bonito. Em seguida temos "Os Gatos de Ulthar", um lugar onde é proibido matar qualquer gato. Maravilhoso, principalmente para quem ama os bichanos. E prepare-se porque em contos futuros esses poderosos gatos ressurgirão.

  "Do Além" vai nos mostrar o que acontece quando alguém fica obcecado com seres de outras dimensões e sobre como a crueldade se apodera dessa pessoa. Em "Nyarlathotep", o caos fervilhante, que tipo de destruição um ser que se portava como um faraó pode trazer para quem ousar não acreditar nele ou duvidar do seu poder.

   "O Pântano da Lua", essa é a história de Denys Barry e em como se você não ouvir alguns relatos dos nativos de algum lugar pode ser perigoso e mortal. Principalmente se eles começarem a fugir da sua presença. 

   "Os Outros Deuses", Barzai, o sábio, se gabou de que iria até a mais alta montanha conhecer os deuses da Terra, apesar de todos pedirem que ele não fizesse isso, porque os Deuses não permitem que homem algum os veja. Mas Barzai não se achava qualquer homem, ele era o único homem vivo que conhecia tudo sobre os Deuses e por isso eles o deixaria vê-los. Pobre, Barzai. (Conto sensacional).

   "A Música de Erich Zann", Lovecraft achava esse um dos seus melhores contos, e de fato ele é bem sobrenatural. Por isso se algum dia você se deparar com a Rue d´Auseil e com uma melodia estranha, fuja.

   "Hipnos", quando dois amigos abusam das drogas para se infiltrarem pelo Mundo dos Sonhos, nem tudo pode dar certo e nem ser gentil. "O que vem da Lua" é um mini conto, legal, mas não genial. "Azathoth", necessário ler esse conto, porque um conto lá na frente sobre o mundo dos sonhos profundos vai citá-lo. 

   "Entre as Paredes de Eryx", fã de ficção científica vai amar esse conto, com todo respeito ao Lovecraft que odiava esse termo, é sensacional e algo nesse conto me lembrou de um livro enorme que eu li sobre uma barreira invisível que repele o que a toca. Kenneth Sterling está em uma missão em Vênus, e ao tentar fugir de algo, que eu não vou dizer o que é, ele se depara com uma construção que ele não via, mas que parecia proteger um determinado local. E é aí que você vai entender que não se deve entrar em um local que você não conhece a construção. 

  "O Cão de Caça", vamos falar sobre ladrões de túmulos? Esse conto é muito macabro e vai te levar para conhecer a mitologia de seres como os ghouls. 

   "O Medo à Espreita", esse conto é meio grande, então leia com calma para que não perca nenhum momento importante que acontece durante a trama. É maravilhoso e me lembrou uma criatura que aparece em dois filmes que foram baseados na obra de Lovecraft, o primeiro filme: Abominável Criatura e o segundo O retorno do Inominável. O primeiro filme nunca achei pra comprar, mas já assisti e o segundo eu tenho em dvd, achei em um sebo. Recomendo muito. E só o que eu tenho pra dizer é que esse conto é repleto de chacinas, trovões, maldições e criaturas. 

   "O Festival", se você gosta da festa do Yuletide, como descrito no conto, vai amar essa aventura macabra que acontece com um rapaz que sonhava em viver essa data. 



   Fim da Primeira Parte.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Melhores leituras de 2016

   Sobre leituras eu não tenho do que reclamar esse ano, li tudo o que queria ter lido, não faço metas, detesto. É claro que li coisas muito ruins, mesmo, tanto que nem fiz resenhas para os piores livros. E li muitas coisas boas e fiz resenhas pra indicá-los pra vocês. Nessa postagem vou listar todas as melhores leituras do ano e falar um pouco do porque eu gostei tanto delas. 

01 - Duna - Frank Herbert.

Fotos dos Livros.


   Esse é o amorzinho da minha vida, não só o primeiro, mas os outros dois também. E falta mais três livros que compõe as crônicas de Duna, mas ainda não saíram. A editora Aleph, que publica esses livros aqui no Brasil, lançou metas de publicar o quarto livro esse ano de 2016 duas vezes, se não me engano, mas nada feito até agora. Dizem que 2017 publicarão, espero mesmo que o façam porque até agora eu não sei o que aconteceu com o  tipo de governo dos gêmeos. 
   Duna não é uma leitura fácil, é bem complexa. O primeiro livro, que é o que eu mais gosto, é bem difícil para entrarmos nesse mundo novo em que o autor nos joga. Todo o universo de Duna é diferente, o tipo de governo é outro, eles sofrem muito com a falta de água, existe bastante conspirações, a cultura nesse livro é muito marcante. Lembro que achei várias frases fortes e maravilhosas nesse primeiro volume. Amei os personagens, a história, tudo. Recomendo pra quem gosta de embarcar em novos horizontes e não tem medo de um vocabulário diferente. 


02 - Sandman: volume 01 (Edição Definitiva) - Neil Gaiman.



   Não tinha como não falar nessa HQ. Eu só quis ler porque toda a resenha que eu via as pessoas diziam que amavam, que era perfeita, e só elogios maravilhosos. De raiva, fui e li. E amei. Simples assim. Não tem como você não gostar da trama toda em que Neil Gaiman nos fala sobre Os Perpétuos. É diferente, os arcos narrativos são incríveis e só coisas boas. Ano que vêm a Panini vai relançar o volume 02 e 03. Aproveite e leiam. 


03 - Serial Killers: louco ou cruel? e Serial Killers: Made in Brazil - Ilana Casoy.



   Foram os melhores livros sobre esse tema que eu li. A Ilana sabe conduzir uma narrativa como ninguém. Ela não só nos fala sobre os crimes, como também nos mostra dados e fatos relevantes sobre eles. Não perca a oportunidade de embarcar nessa e a Editora Darkside, lançou agora em Dezembro o terceiro livro dessa escritora, o "Casos de Família".


04 - Os Frutos Dourados do Sol - Ray Bradbury.



   Pelo amor leiam esse livro! Os melhores contos que eu já li na minha vida estão todos lá. A narrativa de Ray Bradbury é maravilhosa. Os contos são curtinhos, mas mesmo assim eu me senti ligada com vários personagens. Tem um conto incrível sobre um homem que mata um conhecido e para escapar da polícia tenta eliminar qualquer vestígio que deixara dentro da casa. Conseguimos sentir a tensão naquele personagem conforme ele não se lembra se tocou em determinado ponto da parede, se deixou alguma marca em outro canto e por aí vai. Toda vez que me falam de contos, esse sempre me vem a cabeça.


05 - O Bebê de Rosemary - Ira Levin.



   Bom, nem vou falar muito porque ontem soltei uma resenha por aqui. É um livro tenso, dá muita raiva de alguns personagens várias vezes, a adaptação cinematográfica é muito boa, e eu só tenho elogios pra ele. Pelo menos no livro houve um vislumbre do bebê demônio.


06 - Ismália - Alphonsus de Guimaraens.



   O poema da minha vida; se vocês não sabiam disso, estão sabendo agora. Eu tenho esse poema inteiro decorado na ponta da língua. E a edição da Cosac Naify dessa obra é linda demais. As ilustrações tem tudo a ver com o poema. Se vocês não compraram, estão esperando o quê?


07 - Grandes Contos H.P. Lovecraft - Martin Claret. (Especialmente o conto: O medo à Espreita.)



   Eu li esse livro todo? Ainda não, estou lendo, por isso vou colocar aqui somente esse conto citado acima. Se houve uma pessoa que conseguia descrever o horror, essa pessoa é Lovecraft. A atmosfera na trama, os personagens bons e ruins, uma maldição que cercava uma família, muitos assassinatos de camponeses, e criaturas. Esse cara era incrível. Leiam, por favor.

08 - A Marca do Felino - Valerie Martin.



   Acho que esse foi um dos livros mais triste que eu li esse ano. A tristeza, a vida dura, companheiros errados das três personagens centrais do livro é intensa demais. Não tem como não gostar de alguma daquelas mulheres, não tem como não sofrer com elas. Procurem esse livro e embarquem na vida de Ellen, Camille e Elisabeth - a mulher gato de Saint Francisville.


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O Bebê de Rosemary

Fotos do Livro.


Autor: Ira Levin.
Editora: Amarilys.
Ano: 2014.

" Rosemary Woodhouse e seu marido Guy, um ator que luta para se firmar na carreira, mudam-se para um dos endereços mais disputados de Nova York, o Bramford, um edifício antigo de ares vitorianos, habitado em sua maioria por moradores idosos e célebre por uma reputação algo macabra de incidentes misteriosos ao longo da história.
   Sem demora, os novos vizinhos, Roman e Minnie Castevet, vêm dar boas-vindas aos Woodhouse. Apesar das reservas de Rosemary com relação a seus hábitos excêntricos e aos barulhos estranhos que ouve à noite, o casal idoso logo passa a ser uma presença constante em suas vidas, especialmente na de Guy.
   Tudo parece ir de vento em popa. Guy consegue um ótimo papel na Broadway, e novas oportunidades não param de surgir para ele. Rosemary engravida, e os Castevet passam a tratá-la com atenção especial. Mas, à medida que a gestação evolui e parece deixá-la mais frágil, Rosemary começa a suspeitar que as coisas não são o que parecem ser..."
   Resumo no Livro.



O que achei do Livro:

  Essa não foi minha primeira experiência lendo Ira Levin, ele é um autor de suspense que eu gosto muito. Li "Um beijo antes de morrer" e gostei muito. Li "Madison 1300", também gostei, e se por acaso eu me mudar para um apartamento, vou adotar uma gatinha cinza para que me salve se algo der errado. E também "Mulheres Perfeitas", e confesso que o final me deixou chocada, principalmente porque eu já tinha assistido o filme. "O Bebê de Rosemary" eu já havia assistido ao filme e acabei de ler o livro mês passado. E amei muito, só não vou ler a continuação porque falam tão mal que eu não vou pagar caro pra ler uma sequência ruim. 

   Rosemary é uma daquelas mulheres simples, que sonham com uma casa perfeita, com filhos - três na opinião dela é um ótimo número - e um marido feliz e satisfeito com essa vidinha que ela quer ter. Ela não tem contato com a família dela por causa do Guy, ou melhor, pela religião dele. Ela só mantém contato com um dos irmãos. No começo da trama Rosemary e Guy estavam com um contrato de aluguel assinado em um outro condomínio, quando souberam que foram aceitos no Bramford, o edifício dos sonhos deles. E para que conseguissem se mudar e logo, inventam uma série de mentiras para que não tenham que arcar com um apartamento que eles não queriam mais. 

   Apesar de algumas coisas no edifício ser velhas e gastas, Rosemary se apaixona por tudo o que vê. Têm até um quartinho certo para quando Guy se estabilizar em um serviço, eles poderem ter um bebê. O problema principal é que Guy não tem nenhum serviço fixo, principalmente porque ele é ator. Ele precisava ser reconhecido na sua profissão, e vamos ver como isso o obceca durante toda a história. Guy é muito narcisista, sempre se coloca em primeiro lugar em tudo e sempre tem aquele jeitinho esperto de contornar a esposa. Assim que eles se mudam, Hutch, um dos melhores amigos de Rosemary, tenta convencê-la a não se mudar para o Bramford, principalmente porque ele tem uma fama horrível, com direito a rituais satânicos e irmãs canibais. Mas o casal não leva isso a sério e acha que Hutch só disse isso porque está ficando senil.

   Entre vários vizinhos estranhos, um suposto suicídio, e um boa sorte fantástica na vida profissional de Guy, Rosemary finalmente consegue o que sempre sonhou: fica grávida. E não era fofo como todos os vizinhos pareciam se preocupar com ela e o bebê? Mas por que Guy estava tão diferente e nem ousava tocá-la na barriga? O que estava errado?

   Um suspense de tirar o fôlego e num ritmo sensacional. E como eu detestei o Guy e a inocência da Rosemary! Várias vezes eu queria entrar na história e sacudi-la. E o final? Sensacional, não é como o filme que não mostra de forma alguma o bebê e ficamos frustrados. No final do livro conseguimos captar o que ela fará em seguida ao ver seu filho ali. Muito bom, recomendo.

DICA EXTRA DE FILME:

   Como no filme "O Bebê de Rosemary" não mostra bebê algum, só uma sugestão. Eu vou indicar um filme que assisti anos atrás chamado: "Anjo Maldito", com direção de Josef Rusnak, de 2008. O filme nos traz uma universitária que engravida e larga tudo para morar com o namorado no interior e ter o bebê. Acontece que o bebê em questão é bem estranho. Sério. Não é um filme sensacional, mas se você perceber como o bebê se comporta e o que faz conforme ganha meses de vida, vai ficar chocado. E a mãe dele que se torna ultra obcecada, assustador. Assistam e depois me digam o que uma mãe não faz por seu filho.


domingo, 11 de dezembro de 2016

Dicas de Documentários:

Janis - Little Girl Blue.
Ano: 2015.
Direção: Amy Berg.

Foto do Documentário: Janis - Little Girl Blue.


  O que eu mais gostei nesse documentário é que traz um lado humano da Janis Joplin. Vai mostrar seus medos, acertos, sua relação familiar, o início de carreira, namorados, como ela se importava com a própria aparência na adolescência, o abuso de álcool e drogas e a morte inevitável. Vai mostrar o poder da voz dessa grande mulher e vai nos trazer dezenas de pessoas que foram seus amigos e que a amaram durante sua curta vida. Recomendo muito. 

She´s beautiful when she´s angry.
Ano: 2014.
Direção: Mary Dore.

Foto do Documentário: She´s beautiful when she´s angry.


   Esse é o tipo de documentário que deveria passar nas escolas durante o Ensino Médio, faria uma total diferença na educação não só das garotas, como dos garotos também. Ver a luta daquelas mulheres na década de 60 que queriam igualdade, que lutavam por um emprego digno e que queriam ser vistas como eram. Queriam creches, queriam conhecer seu próprio corpo, já que nenhum médico comentava isso com as próprias pacientes; queriam empregos e salários iguais aos dos homens. O irônico nisso é que é quase as mesmas coisas que estamos lutando para conseguir hoje também. Melhorou? Melhorou, mas falta muita coisa ainda. 
   Vale muito a pena ser visto.

Aileen: Life and Death of a serial killer
Direção: Nick Broomfield / Joan Churchill.
Ano: 2003.

Foto do Documentário: Aileen.


   Tudo o que vocês gostariam de saber sobre essa famosa assassina em série dos EUA. Dados, entrevistas que ela cedeu para o Nick, principalmente porque ela o considerava um amigo. A vida difícil que ela teve quando foi expulsa de casa, grávida, sem apoio familiar, dormindo na floresta na época de um inverno rigoroso. E ela conta tudo sobre os crimes e assassinatos que ela cometeu. Uma das partes mais chocantes nesse documentário e a mais triste é quando perguntam pra ela uma lembrança feliz; a gente vê que ela para pra pensar, mas não acha nada que tenha sido feliz pra ela. E a loucura que a acomete na prisão, nas últimas entrevistas isso é visível. 
   Recomendo pra quem gosta de saber e estudar esses tipos de casos. 


Amanda Knox.
Direção: Rod Blackhurst / Brian McGinn.
Ano: 2016.

Foto do Documentário: Amanda Knox.


   Quando a gente pensa que nas investigações criminais tudo é sempre certinho e controlado, nos deparamos com esse caso: Amanda Knox. Temos um caso de assassinato com uma suposta tentativa de roubo numa casa onde moravam duas garotas que estavam fazendo intercâmbio na Itália. Nos deparamos com o despreparo total da polícia em recolher provas e indícios dos crimes. Uma polícia que sofreu pressão de todos os lados e por isso optou por se focar em duas pessoas: a Amanda que dividia a casa com a moça assassinada e o namorado dela. 
   O que mais choca nessa investigação foi o homem responsável pelo caso, ele bancava o Sherlock Holmes total. O corpo da moça estava coberto, aí ele já considerou que era uma mulher a assassina. Ele tinha tantas ideias descabidas que eu fiquei chocada enquanto assistia. Além daquela imagem dele fumando um cachimbo que eu não sabia se eu chorava ou ria. 
   A Amanda foi taxada como vagabunda, que fazia orgias, que não gostava da moça morta porque ela era uma santinha. Pensa numa mulher que foi jugada de todas as formas, essa foi a Amanda. O namorado dela era um pobre coitado já que havia caído nas garras daquela ninfomaníaca. Sabe aquelas ideias que cansam só de você olhar? Ela teve toda a sua intimidade publicada em todos os jornais por qualquer lugar do mundo. O rapaz quase não era citado, e se era, ele fora enganado porque a Amanda foi seu primeiro e único amor.
   Assistam e vejam o cara que queria ser Sherlock Holmes. 


Audrie & Daisy.
Direção: Jon Shenk / Bonni Cohen.
Ano: 2016.

Foto do Documentário: Audrie & Daisy.


   Esse foi o único documentário que eu chorei e várias vezes. Tive que pausar pra tomar uma água e deixar a raiva passar de tudo o que eu estava vendo e ouvindo sobre as garotas. É um documentário que vai relatar diversos abusos, mas especificamente os abusos sofridos contra a Audrie que infelizmente não aguentou a pressão e se matou, e da Daisy, que está passando por isso e só não conseguiu se matar porque a família estava sabendo do que aconteceu e estava com a atenção toda voltada para ela. 
   É necessário que vejam esse documentário, que parem de colocar uma quantidade enorme de pressão em cima das garotas abusadas. A vítima nunca tem culpa. O fato de uma mulher beber e sair não te dá o direito a se aproveitar dela. Quando alguém vai dar queixa de um abuso, não é pra que ela seja investigada e a outra pessoa não. E no caso da Daisy, tinha atestado médico, ela estava quase entrando em coma alcoólico; mas toda a cidade ficou contra ela e a família. 
   São fatos pesados e tristes demais. 


The Hunting Ground.
Direção: Kirby Dick.
Ano: 2015.

Foto do documentário: The Hunting Ground.


   Vamos falar agora sobre os abusos sofridos dentro de grandes universidades americanas. Universidades que não apoiam as vítimas, que abafam o caso até não poder mais e que tentam convencer as vítimas a não dar queixa do agressor na delegacia. A maioria dos casos são de mulheres que sofreram abusos, e uma minoria de homens que também sofreram. E no caso dos garotos abusados, o que falavam pra eles era muito absurdo, tipo: Homens de verdade não se deixariam se abusados. 
   A única coisa boa aqui nesse documentário é que as garotas se uniram para alertar e para lutar contra essa atitudes das pessoas responsáveis pelas universidades. Abuso é um crime sério e deve ser tratado como tal. 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

A Redoma de Vidro

Foto do Livro.


Autora: Sylvia Plath.
Editora:  Globo / Biblioteca Azul.
Ano: 2014.

" 'Uma garota vive em uma cidade no meio do nada por dezenove anos, tão pobre que mal pode comprar uma revista, e então recebe uma bolsa para a universidade e ganha um prêmio aqui e outro ali e acaba em Nova York, conduzindo a cidade como se fosse seu próprio carro. Acontece que eu não estava conduzindo nada, nem a mim mesma.'
   Trabalhando em Nova York durante um verão, Esther Greenwood parece estar no auge de sua vida. Entretanto, ali também é o início da escuridão que faz de seu mundo uma construção irreal e distante de si. Nesse romance vivo e inesquecível sobre as dores e os desafios do amadurecimento, o mundo de Esther parece uma sucessão de esperanças juvenis, desejos despertados, noites em Nova York e um lento apagamento disso tudo."
   Resumo no Livro.

O que achei do Livro:

  Acho que todo livro que trata de um tema delicado como esse merece que seja lido com atenção e sensibilidade. É um livro sensível, Esther em nenhum momento vai escrever que tem depressão. Ela acha que não se encaixa nas coisas, não se sente feliz e realizada apesar de querer estar, ela se esforça para fazer algumas amizades e de conhecer pessoas, mesmo que não seja isso o que verdadeiramente queira. Esther sofre. Sofre, mas não sabe o que fazer para que essa sensação de "nada" vá embora. 

   Começamos essa história quando ela está em Nova York num estágio em uma revista de renome. Ela ganha muitos prêmios e admiti isso durante a leitura. Mora em um hotel chique, tem companhia de umas dez garotas que sempre a convidam para sair, mesmo que o passeio não seja lá essas coisas. Estuda em uma universidade cara como bolsista. O sonho de Esther era ser uma escritora famosa, mas tinha outras coisas que queria realizar durante a vida. Uma das discussões mais presente no livro é sobre se ela terá um marido e filhos e viverá uma vida pacata. Ou se irá ser bem sucedida e famosa. 

   Acontece que ela não está bem e precisa voltar pra casa. Uma casa onde vive uma mãe que não a compreende. E desde que ela chega na sua cidade natal e percebe que perdeu um prêmio que achou que ganharia, Esther começa a afundar nos seus próprios pensamentos. Uma das cenas mais triste é quando ela ainda está em Nova York, e está jogando suas roupas caras pela janela, sem nem ao menos perceber o que realmente estava fazendo. É como se ela estivesse se livrando de algo de dentro dela. E tem mais uma porrada de cenas solitárias e depressivas. 

   Eu gostei de ter lido, apesar de não ter me apaixonado pelo livro. Eu não senti uma "ligação" com ele, por causa de alguma coisa na narrativa que eu não sei o que é ainda. Acho uma leitura válida e com um tema forte e delicado.


O Inquilino

Foto do Livro.


Autor: Roland Topor.
Editora: Amarilys.
Ano: 2012.

" Apesar dos vizinhos idosos que reclamam constantemente do barulho à noite, o senhor Trelkovski pensava ter encontrado o apartamento perfeito para um jovem solteiro em Paris.
   Mas, aos poucos, ele percebe que algo está errado. A antiga inquilina encontra-se em coma profundo após uma tentativa de suicídio. E Trelkovski pode estar indo pelo mesmo caminho...
   A obra-prima do escritor, pintor e dramaturgo Roland Topor foi imortalizada no cinema pela visão de Roman Polanski (que dirigiu e protagonizou o filme baseado nela). O Inquilino é um mergulho assustador na paranoia e na loucura, um clássico do terror na literatura."
   Resumo no Livro.

O que achei do Livro:

   Resumindo o livro em uma palavra: LOUCURA. Gente, eu nunca li algo desse gênero escrito dessa maneira. A loucura não está escancarada na sua cara, ela ocorre aos poucos e de uma forma peculiar. Às vezes acreditamos que há sim um complô contra o coitado do Trelkovski e ficamos revoltados com tudo o que está acontecendo na vida dele. E outras vezes consideramos ele um louco, mas um louco em um nível alto. É um livro curtinho de umas 136 páginas e dividido em três partes. Só que pelo jeito que sofremos por causa desse personagem parece que o livro tem umas 500 páginas. 

   Trelkovski é um rapaz que está a procura de um bom lugar pra morar, tem um bom emprego, amigos, uma vida normal. Até ele se deparar com um apartamento vago na Rue des Pyrénées. Um bom apartamento, com um aluguel meio alto, uma zeladora muito mau humorada, e vários inquilinos idosos. Então, adeus festas e barulhos. E o pior era que a antiga inquilina desse apartamento tinha se jogado da janela e estava em coma.
   
   Primeiro ele fica preocupado em alugar esse apartamento e a antiga moradora se recuperar e decidir voltar para casa. Ele fica tão atordoado com isso que decide ir até o hospital e checá-la por conta própria. A coitada da mulher estava toda engessada e enfaixada, apenas com um olho aberto, mas que não parecia enxergar nada. Simone, o nome dela. E pelo jeito como estava, ele não via como aquela mulher "quebrada" poderia reclamar algo. Lá no hospital ele também conhece Stella, uma personagem que aparecerá algumas vezes durante a trama, a maioria das vezes ela parecia estar ali só para que ele se sentisse excitado por sua presença. 

  Trelkovski passa a morar nesse apartamento que era de Simone, o problema era que os outros vizinhos não suportavam nenhum barulho, era ele deixar cair alguma coisa, e lá vinha um batuque na parede ou de qualquer outro lado só para avisá-lo que ele estava perturbando. E isso começa a modificar a personalidade do Trelkovski, ele começa a ficar mais silencioso, não tem mais amigos, vive com medo dos outros vizinhos e começa a adquirir os costumes que eram de Simone. 

   Gente, sério, vocês precisam ler este livro só por causa desse cara. Ele começa a sofrer alguns ataques, que você não sabe se realmente estão contra ele ou se ele está imaginando tudo. Mas o final... o final é sensacional e sim me pegou desprevenida. Eu não assisti ao filme ainda, mas assim que ver, corro aqui e conto tudo. Tenham uma boa leitura.