sábado, 22 de outubro de 2016

Os Pássaros

Fotos do Livro.


Autor: Frank Baker.
Editora: Darkside Books.
Ano: 2016.

" Pássaros. Milhares, talvez milhões, sobrevoam Londres, de forma aparentemente inexplicável e sem sentido, onde parecem observar os habitantes da capital, que os consideram divertidos, se tanto um pouco estranhos. Enquanto as pessoas ainda tentavam entender o que faziam ali, eles começam a atacar; ferindo e até mesmo matando com tremenda brutalidade e violência. Seriam eles uma força da natureza ou uma manifestação sobrenatural? Ninguém sabe. A única certeza é que o objetivo dos pássaros é a destruição da humanidade e ninguém tem ideia de como impedi-los..."
   Resumo no Livro.



O que achei do livro:

   Primeiro que não vou comentar sobre o filme Os pássaros do Hitchcock, vou comentar sobre essa obra aqui que tenho em mãos e li, certo? A edição da Darkside está linda, o livro é em capa dura, com uma boa diagramação, vem com a fitinha de cetim preto para marcar páginas e tem pássaros na edição inteira. 

   A história começa com a filha do narrador, Anna, que vai transcrever a história dos pássaros que assolaram a City de Londres há muitos anos atrás, através da visão do seu pai. Como ela cresceu ouvindo a frase: "Antes da chegada dos pássaros" e depois um sermão, Anna quer saber a história inteira. O que aconteceu e como. Onde seu pai e sua mãe se encontraram nisso tudo? Ela pede que seu pai lhe conte tudo sobre isso e é isso que o idoso faz. Ele pede que ela escreva enquanto ele conta a história para que outras pessoas saibam como ocorreu a desolação de uma cultura inteira que ninguém mais fala a respeito. Principalmente depois que ele havia voltado àquele lugar e visto tudo destruído. Toda uma civilização morta.



   Ele vai começar a história quando tinha seus 20 anos de idade e vivia na City de Londres. Um lugar que fazia um calor infernal, onde viviam muitas pessoas, o transporte público era muito cheio - me lembra os dias de hoje, hein. - eles tinham outra educação e hábitos. A primeira coisa que a gente percebe ao ler esse livro é que ele odeia o seu serviço de  funcionário de seguro marítimo. Ele está de saco cheio e ao ter uma pausa no trabalho, ele percebe uma aglomeração de pessoas num determinado local onde um bando de pássaros estavam. Pássaros esses nunca visto antes por aqueles lados. O fato é que esses pássaros não estavam nem aí para os humanos ali, mesmo quando uma senhora joga comida para eles, nenhum se move para pegá-las. O pior nisso é quando eles voam e um deles começa a perseguir a senhora em questão. E o que acontece com ela? Morre, claro. Só que ninguém acha que foi um pássaro, até porque não havia penas, nem nada. O único que acha que foi um deles é o nosso narrador. Ele fica tão obcecado com as aves que ao chegar em casa começa a entabular uma conversa com a sua mãe Lilian sobre eles. Ela não acha grande coisa, mas ele acha que algo vai acontecer, só não sabe explicar o quê. O engraçado da relação dos dois é que me lembrou bastante a relação do Norman Bates com a mãe, no livro Psicose. 



   Com o passar dos dias, quentes por sinal, os pássaros começam a causar incômodos na cidade: eles entram numa piscina e bebem a água, eles empoleiram-se nas árvores e começam a sujar todos os lugares com dejetos, tanto que nesse caso caçadores fazem uma emboscada para matar ao menos alguns desses pássaros, mas sem sucesso. Só causa mais mortes de pessoas e nenhum pássaro é atingido. O pior é quando eles bebem e sujam as águas dos reservatórios da cidade. As pessoas entram em pânico, mas fingem que vai passar, que o governo vai fazer alguma coisa a respeito. E aí só vai piorando. 

   As partes da história que falam dos pássaros e de como eles começam a incomodar e destruir a vida daquelas pessoas, não só da City de Londres, mas pelo mundo inteiro é incrível. As armadilhas que o governo e as pessoas tentam para aniquilar os pássaros tornam-se medonhas. E isso é a parte legal da história, sabe? Queremos saber o que são aqueles pássaros e porque eles se comportam assim. É legal também saber os costumes da época, é, mas aí é que está o problema. Eu gosto de saber o que o personagem está pensando, o que está sentindo, suas ideias, seus ideais e sua força. Mas você está falando sobre uma ação envolvendo os pássaros e pára subitamente para fazer uma descrição detalhada sobre a aparência da sua mãe e de sua relação com ela. Depois você fica páginas falando sobre como a falta de sexo agi na sua vida, como você está com seu corpo sensível e como você tem seus parceiros, que a maioria das pessoas como não podem fazer sexo antes de se casar, acabam tendo um lado homossexual e um lado heterossexual, e como ele fica frustrado somente com alguns beijos. Gente, eu senti tanto tédio, mais tanto tédio nessas partes que vocês nem imaginam. E isso porque toda vez que ele quer explicar algo, acontece uma quebra na narrativa. Queremos saber o que está acontecendo com aqueles pássaros, porque estão ficando maiores e se espalhando pelo mundo. O livro é bom, mas há partes assim que dá vontade de jogá-lo pela janela. Recomendo a leitura pelos pássaros. 
 

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