Fotos do Livro.
Medo Clássico.
Autora: Mary Shelley.
Editora: Darkside Books.
Ano: 2017.
" Duzentos anos após sua criação, Frankenstein continua vivo –
e mais atual do que nunca. Conheça a história original, com toda a
sensibilidade e o terror que o cinema nunca conseguiu mostrar.
Um cientista
obcecado que desafia as leis da natureza e põe em risco a vida daqueles que
ama. Uma criatura quase humana que deseja ser um de nós, mas só encontra medo,
ódio e morte pelo caminho. A obra-prima de Mary Shelley que deu origem ao
terror moderno está de volta, numa edição monstruosa como só a DarkSide Books
poderia lançar: capa dura, tradução primorosa, ilustrações inéditas do artista
brasileiro Pedro Franz, além de quatro contos extras que versam sobre o mesmo
tema do romance. Impresso em duas cores: preto e sangue.
Um livro que todos
deveriam ler e reler ao longo da vida. A edição definitiva para se guardar para
sempre."
Resumo do livro em sites de vendas.
O que achei do Livro:
Não tem como falar em Frankenstein e não vir imediatamente a nossa mente a imagem de uma criatura desfigurada e amargurada, um ser que não teve uma dose de amor e que ousou confiar na humanidade. E logo depois vem a imagem do médico obcecado e cheio de certezas, que ousou superar a morte e a dar vida para um ser feito de partes mortas. Esse é um caso onde a Obra superou sua Criadora. Primeiro lembramos do Criador e a sua Criatura, depois da Autora que deu vida à essa obra.
Essa edição está maravilhosa, pois além de trazer a última versão da história escrita por Mary Shelley, traz também mais quatro contos escritos por ela, nota introdutória, mini biografias e ilustrações sensacionais. O livro é capa dura, com fitinha de cetim para marcar as páginas.
Quem é Frankenstein: "o médico ou o monstro"?
Antes que vocês me digam que essa pergunta não tem cabimento, vou ressaltar que isso não é verdade. Não sei se é um erro por causa dos filmes ou informações trocadas, mas tendemos a achar que "Frankenstein" é o nome do monstro-criatura, e isso não é a verdade. O médico chama-se Victor Frankenstein, quando ele consegue fazer com que a vida supere a morte e cria um ser humano feito de partes de corpos mortos, ele fica horrorizado com o que criou e "aborta" a sua criação, não dando nome algum a nova espécie.
Quem é o mais humano nessa história?
Começamos a narrativa com um punhado de cartas de R. Walton para sua irmã Margaret, contando seus desafios e suas tristezas para conseguir chegar ao Polo Norte. Seus tripulantes estão desanimados e o frio é cortante e intenso. E é assim que ele acaba encontrando um homem febril e delirante, chamado Victor Frankenstein. Que ao descobrir a loucura que rodeia os pensamentos de Walton, decide relatar toda a sua transgressão para ele, como uma forma de fazê-lo desistir da estúpida ideia de perder todas aquelas vidas de bons homens por nada. Por uma ideia, um capricho.
Victor conta sua história desde a infância, os tempos felizes com sua mãe, seu pai, seus irmãos e com sua adorada Elizabeth, uma órfã adotada pela sua família quando não passava de uma garotinha. Como foi uma criança feliz e como com o tempo tornou-se dedicado demais com certos estudos. Aos dezessete anos ingressou na Universidade de Ingolstadt, depois de perder sua mãe para a escarlatina. Esse episódio fixa-se na sua mente, e ele mergulha de vez nos estudos para que de alguma forma ele vença a morte.
De aluno cheio de ideias antiquadas, passa a ser um dos melhores cérebros da Universidade, o mais dedicado e o mais inteligente. Mas a ideia de vencer a morte está cada vez mais enraizada na sua cabeça, e ele decide roubar corpos para que assim consiga criar a criatura perfeita. Um ser que nunca morreria. Um filho. Só que ao olhar para a criatura desfigurada com mais de dois metros que ele mesmo criara, Victor fica horrorizado, e abandona-o sozinho, sem ajudá-lo a entender quem e o que era. Assim começa o ódio entre os dois.
A criatura sentia-se abandonada, um aborto mal sucedido, não conseguia nem encarar-se em um espelho d´água. Não sabia falar, só emitia sons, não sabia o que era e para onde ir, tinha medo dos homens, principalmente por se mostrarem incapazes de entendê-lo e amá-lo. Por mais que seja um homem feito, a criatura é como se fosse uma criança. Precisava de ajuda para tudo, não sabe o que é bem ou mal, não tem um limite. Sabe que ama, mas não entende esse sentimento muito bem. Amor e ódio nunca estiveram tão tênues em alguém, como nele.
A sensação que temos quando lemos esse livro é de duplicidade, às vezes entendemos e perdoamos Victor, outras vezes o odiamos e o condenamos por rejeitar e abandonar totalmente a própria sorte alguém incapaz. Sofremos também com a criatura, e também ficamos horrorizados com a noção de justiça que ele tem. Há momentos e momentos.
Contos Imortais:
Essa edição, publicada pela Darkside Books, traz quatro contos sobre a imortalidade escrito pela própria Mary. O que achei muito legal, principalmente porque eu não conhecia nenhum desses contos. O meu favorito foi "Transformação", mas eu não vou citá-los aqui em um mini resumos, porque acho que deve ser lido sem saber de nada das histórias.
***
3 Dicas de Filmes baseados nessa Obra:
Filme: Frankenstein de Mary Shelley.
Direção: Kenneth Branagh.
Ano: 1994.
Foto: Cena do Filme.
Eu preferi assisti esse filme ao clássico, em preto e branco, por considerar esse mais fiel a obra do que o antigo. Aqui temos tudo, o início com a tripulação em um navio encontrando Victor Frankenstein e depois o médico contando a sua história de amor e perversão. Sem contar com aquele elenco de peso: Robert De Niro, Helena Bonham Carter, Kenneth Branagh, entre outros.
Recomendo muito que assistam, é sensacional.
Filme: A Noiva de Frankenstein.
Direção: James Whale.
Ano: 1935.
Foto: Cena do Filme.
Eu amo muito esse filme, principalmente por causa daquela imagem da companheira para a criatura. É fantástica. Mas lembrando que esse filme não é de forma alguma fiel a obra de Mary Shelley, o filme abusa um pouco de elementos góticos, como um castelo, um doutor que faz miniaturas de pessoas e que obriga o Dr. Frankenstein a criar uma mulher monstro, entre outras coisas.
Vale destacar aqui a cena que eu mais gosto que é o início do filme, quando vemos um grupo de amigos: Mary Shelley, Percy Shelley e Lord Byron em uma reunião, durante uma noite chuvosa, para relatar contos de horror. No caso para que Mary faça uma sequência magistral do seu Frankenstein.
Frankenstein: um clássico sombrio. BBC
Direção: Jed Mercurio.
Ano: 2007.
Foto: Capa do dvd.
Não é meu filme favorito do gênero, principalmente porque tem algumas coisas que eu não curti muito. Mas a melhor parte é que uma mulher que ao lutar para salvar a vida de seu filho, acaba criando um monstro. Não temos um Victor, temos Victoria Frankenstein, e esse filme aborda como uma mãe é capaz de tudo para salvar seu filho. Tem partes boas, mas também tem cenas desnecessárias.
Projeto Literário: Penny Dreadful:
Fotos: Cenas do Seriado.
Penny Dreadful é um seriado que eu amo muito, e quem assistiu sabe o porquê. É um seriado que transborda de literatura e poesias, que reconta grandes clássicos do horror de forma original, muito bem desenvolvida, com exceção daquele final da terceira e última temporada, com uma trama rica e que soube muito bem interligar as vidas de personagens marcantes da literatura clássica de horror.
E foi pensando nisso que eu decidi colocar no blog, postagens sobre todos os livros, ou quase todos, em que o seriado foi baseado. E não tinha como começar de outro jeito que não fosse pela história de Frankenstein. E na minha opinião, Penny Dreadful tem a melhor caracterização do Frankenstein e sua criatura. O apartamento onde ele vive, como ele quer superar a morte, como ele é obcecado por isso sendo ainda tão jovem. Sem contar no relacionamento entre os dois: criador e criatura. Percebemos o ódio e a amargura que a criatura tem pelo seu "pai", como ele ama ler, como é inteligente e sensível, como ele tem a esperança de ser amado por alguém. Temos que destacar que a criatura é inteligente e foi autodidata, para que as pessoas parem de relacioná-la a um "zumbi": que não sente, não entende, não sabe conviver com a sociedade.
O mais legal de Penny Dreadful foi nos mostrar que "ser humano" é apenas uma questão de princípios.
Espero que vocês tenham gostado desse tipo de resenha e que leiam e assistam tudo sobre essa obra, que é tão rica e vital para a literatura clássica de horror.
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