Foto: Cena do filme: O Último Trem.
Autora: Ana Paula
Damasceno de Aguiar
Ele olhou através daquela
plataforma vazia. Seus olhos estavam tristes e suas pálpebras pesavam mais do
que toneladas de angústia. Sua mochila surrada jazia as suas costas. Um peso
morto. Um maldito peso morto.
Suspirou, não uma, mas
várias vezes. Fechou os olhos bruscamente e suspirou pesadamente, como se assim
fosse se livrar daquele peso que estava carregando. Estava saturado. Cansado.
Indignado. Triste. Terrivelmente solitário.
Queria gritar! Berrar!
Chutar coisas! Correr! Correr, correr, correr, enquanto chorava, enquanto o
vento forte batia-lhe na face já corada pelo esforço! Queria morrer! Queria
voltar lá e brigar! Queria viver sem medo! Queria renascer da merda em que
estava mergulhado até a cabeça! Queria... queria ardentemente dizer adeus a
tudo e a todos! Queria se despedir e nunca mais voltar para aquele maldito
lugar do qual fugira! Queria se vingar...
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