Foto: Cena do Filme: A Bruxa.
Autora: Ana Paula Damasceno de Aguiar.
Ouço o tic-tac dos ponteiros do relógio, sinto que eles me guiam de volta para casa. Mesmo quando não reconheço o corpo ou a mente que me aprisiona. Às vezes me perco nas areias do tempo, vou me dissolvendo como se eu fosse um objeto sugado por areias movediças.
O que é um instante para você? Um instante para mim varia entre o agora e o que poderia ser o agora. Posso ter fé em um dia e me tornar cético no outro. O impossível é apenas um nível de dor em mim.
Tenho sonhos quebrados e frases distorcidas povoam a minha mente. Posso afirmar que existo? Posso afirmar que hábito um corpo que é meu e sempre será? Até que a terra o engula e regurgite os ossos? Como em um ritual?
Continuo acordando exausto todas as manhãs, com olheiras e o suor colando minhas roupas em meu corpo. Encaro o espelho e algo me encara de volta. E a única pergunta fixa a martelar o meu cérebro, da hora em que sei que despertei e a hora que caio exausto em travesseiros macios, é: Quem sou eu?
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