Foto: Cena do Filme: Infidelidade.
Autora: Ana Paula
Damasceno de Aguiar
Meus olhos não aguentam mais
nem a simples menção da palavra choro. As olheiras na minha face denunciam
outra noite sem dormir. O vazio em que minha alma se encontra não tem fim. A minha
rotina é a única solução que eu encontrei para não enlouquecer sem você aqui. Já
deveria saber desde o começo a dificuldade que seria seguir sem você.
Lembro-me com uma
vivacidade espantosa de cada momento nosso, mesmo quando eu duvidava dos meus
próprios sentimentos para com você. Sempre fui uma mulher com um pé atrás
quando o assunto era amor. Seus gostos ficaram gravados em mim de uma forma
assustadora. E quando eu vejo alguém que usa alguma roupa que você gostava de usar,
não é mais um estranho passando por mim, mas você. Eu tento esquecê-lo todos os
dias, mas percebi que as raízes suas estão esparramadas por todo o meu corpo.
Eu tento me apaixonar por outra pessoa, eu tento esquecer você enquanto escuto
uma música mais agitada, mas você está em tudo ao meu redor. Eu só queria poder
apagá-lo da minha memória.
Agora aqui estou eu
chorando de novo. Com o coração quebrado pela vigésima vez. Meus soluços já se
tornaram um rugido suave de dor. Esparramada pela cama, enroscada em meio a
lençóis imagino você aqui comigo. Entre as minhas pernas. Reclamando o meu
coração e meu corpo. Mas tudo virou um redemoinho de dor na minha cabeça. E meu
único consolo é saber que as lembranças vão se apagando com o tempo. E que um
belo dia vou olhar com olhos cobiçosos outro rapaz.
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