Foto: Filme: "Don Juan de Marco"
Autora: Ana Paula Damasceno de Aguiar.
Sempre sonhei em conhecer o amor. Realmente o desejei tão ardentemente, que sempre estava em febre. Mas... não basta você acreditar no amor, ele precisa acreditar em você. E isso eu nunca achei possível. Como algo que eu não podia ver ou tocar poderia acreditar em mim??? Como eu poderia ser a sua querida? Desisti do amor no minuto seguinte a esse pensamento... foi quando ele esbarrou em mim.
Ele fez uma mensura engraçada e boba para se desculpar. Eu ri e ia embora, quando abruptamente ele capturou minha mão e a levou a boca. Quanta ousadia! Eu ia retirar minha mão, quando cai na besteira de olhar nos olhos do cretino. E que olhos! Perdi-me neles no minuto seguinte. Ele tinha os olhos mais tristes e mais cheio de luxuria que alguém vivo poderia ter. Apenas os olhos já te faziam pensar em deixá-lo à vontade...
Ele me olhava como se eu fosse uma obra de arte e ele estivesse a absorver todos os detalhes dela. Como um pintor apaixonado que nem sabe o que estava a desenhar. Eu não sei como tudo aconteceu, mas no minuto seguinte estávamos conversando e bebendo como se fossemos velhos amigos a gracejar dos outros. E toda a vez que a mão dele libertinamente se insinuava pelo meu braço estendido sobre a mesa, eu sentia minha pele queimar. E céus!!!! Eu o desejava tanto! Eu queria tanto que ele me cobrisse de beijos e me tocasse. Que me fizesse implorar por mais e me desse qualquer tipo de amor. Eu nem mesmo queria saber o seu nome, pois assim seria mais fácil esquecê-lo no dia seguinte. Mas só percebi que eu estava perdida e loucamente apaixonada por um estranho quando ele fechou a porta do meu quarto e ficamos a sós. Apenas dois perdidos, procurando encontrar o amor em qualquer corpo.